sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Festival de Teatro Lusófono

Artes dramáticas angolanas no Brasil.
A actual performance das artes cénicas angolanas está a ser exibida, desde segunda-feira, no Brasil, pelo actor Dom Pietro Dikota com a apresentação do monólogo “Nojo”:
"O espetáculo conta a história de um estrangeiro, iraquiano, trabalhador ilegal, antes da saída para os vários bares onde trabalha vendendo flores medita sobre a sua condição. Sobrevive ao seu presente, persegue o seu passado e prevê o seu futuro. Num jogo entre si e o seu espelho – o público.
Jogo de medos e de revoltas, mas também de poesia e doces – amargas nostalgias. Ele previne-nos contra si mesmo e os seus semelhantes, ele é generoso e arrogante, amargo e afectivo. Ele joga ao dilema eterno do ser e do não – ser. Ele propõe-nos uma mútua projecção, lírica e pungente. Dos nossos temores mais arcaicos tornados vivos pela sua presença. Dos seus desejos e medos mais profundos personificados pela nossa branca pele e pela nossa “grande” civilização.Neste jogo dramático, joga-se ao prazer e à dor, que a ambiguidade da arte propõe, para nos fazer mergulhar numa noite de reflexão e sonho
."

Como uma das figuras de cartazes do evento, convidado a encenar no próximo dia 29, Dom Pietro Dikota disse que procurará justificar no evento, o nome do país e das artes cénicas, dando o melhor da sua performance teatral ao narrar a pertinência da emigração e suas consequências sociais.
Convidado também a participar de uma Mesa de Conferências sobre “Dramaturgia Lusófona”, com a participação dos encenadores brasileiros Mário Bortoloto, Hamilton Vaz Pereira, Aderbal Freire Filho e Benjamin Santos, assim como o português Joaquim Nogueira, Dom Pietro Dikota - Angola acredita que eventos do género tornam-se uma mais valia ao reconhecimento do teatro angolano além fronteiras.

Isabel Ferreira, dramaturga angolana participou na mesa de conferência Dramaturgia Lusófona no dia 28.08 às 10 horas no Teatro 4 de Setembro, dentro da programação do Festival de teatro Lusófono.
Isabel Ferreira nasceu em Luanda, a 24 de maio de 1958, e ainda menina pegou em armas. Mas entre a guerrilha e a música - diz a escritora -, a arte falou mais alto e ela passou a fazer parte de um grupo musical que tinha como objetivo elevar a moral dos guerrilheiros nas frentes de combate. Formada em Direito, em Luanda-Angola e na Escola Superior de Teatro e Cinema na Amadora-Portugal. Paralelamente à música, Isabel Ferreira concluiu o curso de Direito. Advogou em Huíla e em Luanda, mas nunca abandonou a arte. E foi durante uma de suas apresentações, no aniversário do presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, que ela reivindicou a oportunidade de aprimorar a arte teatral em Portugal, o que lhe foi concedido pelo presidente na forma de uma bolsa de estudos.

Obra: O guardador de memórias; Fernando D’Aqui (tem, em suas páginas, a ­sensualidade, a ternura, o calor, ou a provocação e o abandono do inebriante feitiço angolano); Laços de Amor; Caminhos Ledos; Nirvana












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