quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Hoji-ya-Henda



Hoji-ya-Henda
José Mendes de Carvalho, mais conhecido por Hoji-ya-Henda (nome de Guerra), foi um comandante das FAPLA morto em combate.
É hoje um herói nacional angolano e patrono da juventude angolana.

O Comandante Hoji-ya-Henda (José Mendes de Carvalho), morreu em combate, aos 27 anos de idade, durante um assalto ao quartel de Karipande, do exército colonial português, no Moxico, em 14 de Abril de 1968.
A I Assembleia da III Região Militar do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), realizado no dia 23 de Março de 1969, declarou que, em sua memória, o 14 de Abril passa-se a ser comemorado, em Angola, como o Dia da Juventude Angolana.
Foi sepultado próximo do rio Lundoji a 30 quilómetros do então quartel de Karipande, da Frente Leste/3ª Região Político-Militar.
Já em Agosto de 1968, o MPLA havia atribuído a Hojy-ya-Henda o título de "Filho querido do povo angolano e combatente heróico do MPLA".
Uma assembleia que congregou, em Cabinda, há anos, várias associações juvenis, algumas das quais de partidos políticos, filiados no Conselho Nacional da Juventude (CNJ) determinou que o 14 de Abril continuaria a ser o Dia Nacional da Juventude Angolana.


Pensar e Falar Angola

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Quem foi Simão Toco

Você sabe quem foi Simão Toco?
Simão Gonçalves Toco nasceu em 1918 na localidade de Sadi-Zulumongo (Ntaia, Maquela Do Zombo, província do Uíge, Angola), tendo recebido o nome kikongo de Mayamona. Após frequentar o ensino primário na missão baptista de Kibokolo, concluiu os estudos liceais no Liceu Salvador Correia em Luanda. 
Por esta altura, terá havido um acontecimento  que chamaria de milagroso e que terá despoletado a sua missão religiosa: o encontro com Deus em Catete (Abril de 1935). 
Regressa ao Uíge para trabalhar nas missões baptistas de Kibokolo e Bembe. Em 1942, decide partir para Leopoldville (Congo Belga) para colaborar com a missão local e dirigir um coro musical com cantores zombos, oriundos da mesma região que ele (Maquela do Zombo). A este coro dará o título de Coro de Kibokolo.
Em 1946, graças ao trabalho que lhe fora reconhecido no âmbito da missão baptista e do coro, foi convidado, juntamente com outros (Gaspar de Almeida e Jessé Chipenda Chiúla) para intervir nos trabalhos da Conferência Missionária Internacional Protestante, realizada de 15 a 21 de Julho de 1946, na localidade de Kaliná em Leopoldville (actual cidade de Kinshasa, capital da República Democrática do Congo). Nesse momento, dirige uma prece onde pede para o Espírito Santo descer em África.
Tal prece é atendida a 25 de Julho de 1949 quando, após um desentendimento com a Missão Baptista de Leopoldville, decide convocar uma vigília de oração na sua residência (rua de Mayenge, nº 159). 
Naquele momento, segundo contam os presentes, sentiram um vento e começaram a tremer, realizando milagres invocando algumas passagens bíblicas.
Este momento é assumido pelo tocoísmo como o momento em que o Espírito Santo desceu em África e a igreja cristã foi “relembrada”, de forma a retomar o caminho da igreja original do tempo dos Apóstolos. É portanto a data da fundação do movimento tocoísta.

Após estes acontecimentos, Simão Gonçalves Toco e muitos dos seus seguidores foram presos pelas autoridades belgas, sob a acusação de alterar a ordem pública. 
Em Janeiro de 1950, são deportados do Congo Belga e entregues, no posto fronteiriço de Nóqui (província do Zaire), às autoridades portuguesas. Estas procuram dar por terminado o movimento daquilo que consideravam ser uma “seita perigosa”, dividindo o grupo em pequenos grupos que serão dispersos, no âmbito da política de povoamento colonial vigente à época, 4 em distintos colonatos e campos de trabalho forçado por toda a colónia. O líder é enviado numa primeira instância pelo Vale do Loge e, após passagens por Luanda, Caconda e Jáu, é enviado para a Baía dos Tigres, na província de Moçâmedes (hoje Namibe). Pouco tempo depois, é enviado para trabalhar como assistente num farol em Ponta Albina, na mesma região...


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