terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Quem foi Simão Toco

Você sabe quem foi Simão Toco?
Simão Gonçalves Toco nasceu em 1918 na localidade de Sadi-Zulumongo (Ntaia, Maquela Do Zombo, província do Uíge, Angola), tendo recebido o nome kikongo de Mayamona. Após frequentar o ensino primário na missão baptista de Kibokolo, concluiu os estudos liceais no Liceu Salvador Correia em Luanda. 
Por esta altura, terá havido um acontecimento  que chamaria de milagroso e que terá despoletado a sua missão religiosa: o encontro com Deus em Catete (Abril de 1935). 
Regressa ao Uíge para trabalhar nas missões baptistas de Kibokolo e Bembe. Em 1942, decide partir para Leopoldville (Congo Belga) para colaborar com a missão local e dirigir um coro musical com cantores zombos, oriundos da mesma região que ele (Maquela do Zombo). A este coro dará o título de Coro de Kibokolo.
Em 1946, graças ao trabalho que lhe fora reconhecido no âmbito da missão baptista e do coro, foi convidado, juntamente com outros (Gaspar de Almeida e Jessé Chipenda Chiúla) para intervir nos trabalhos da Conferência Missionária Internacional Protestante, realizada de 15 a 21 de Julho de 1946, na localidade de Kaliná em Leopoldville (actual cidade de Kinshasa, capital da República Democrática do Congo). Nesse momento, dirige uma prece onde pede para o Espírito Santo descer em África.
Tal prece é atendida a 25 de Julho de 1949 quando, após um desentendimento com a Missão Baptista de Leopoldville, decide convocar uma vigília de oração na sua residência (rua de Mayenge, nº 159). 
Naquele momento, segundo contam os presentes, sentiram um vento e começaram a tremer, realizando milagres invocando algumas passagens bíblicas.
Este momento é assumido pelo tocoísmo como o momento em que o Espírito Santo desceu em África e a igreja cristã foi “relembrada”, de forma a retomar o caminho da igreja original do tempo dos Apóstolos. É portanto a data da fundação do movimento tocoísta.

Após estes acontecimentos, Simão Gonçalves Toco e muitos dos seus seguidores foram presos pelas autoridades belgas, sob a acusação de alterar a ordem pública. 
Em Janeiro de 1950, são deportados do Congo Belga e entregues, no posto fronteiriço de Nóqui (província do Zaire), às autoridades portuguesas. Estas procuram dar por terminado o movimento daquilo que consideravam ser uma “seita perigosa”, dividindo o grupo em pequenos grupos que serão dispersos, no âmbito da política de povoamento colonial vigente à época, 4 em distintos colonatos e campos de trabalho forçado por toda a colónia. O líder é enviado numa primeira instância pelo Vale do Loge e, após passagens por Luanda, Caconda e Jáu, é enviado para a Baía dos Tigres, na província de Moçâmedes (hoje Namibe). Pouco tempo depois, é enviado para trabalhar como assistente num farol em Ponta Albina, na mesma região...


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