Luanda (ANGOP - 13.06.2011) - O director regional da OMS para África, o angolano Luis Gomes Sambo, alertou haver muito a fazer para a distribuição equitativa de sangue em todos os locais onde haja necessidade, apesar dos progressos realizados em muitos países da região Africana.
Essas considerações de Luís Gomes Sambo foram feitas em alusão ao 14 de Junho, em que se celebra a 7ª edição do Dia Mundial do Dador de Sangue, sob o tema «Mais sangue, mais vidas».
"Apesar dos impressionantes progressos realizados em muitos países da nossa Região no que se refere à colheita de sangue e à melhoria da qualidade dos produtos sanguíneos, ainda há muito a fazer relativamente a uma distribuição equitativa em todos os locais onde a necessidade se faz sentir".
"Com efeito, assistimos hoje em dia a uma enorme concentração das estruturas de transfusão e competências técnicas nas grandes cidades, em detrimento das zonas rurais, onde vive a maioria das populações" - realçou Luís Gomes Sambo.
A fim de reduzir substancialmente as mortes de crianças, homens e mulheres cujas vidas são ameaçadas por uma hemorragia ou uma anemia grave e para salvar mais vidas, tal como determina o tema deste dia, devemos tomar medidas vigorosas e adaptadas não apenas ao aumento da produção, mas também à implementação de sistemas de distribuição funcionais e eficazes.
Para ele, o tema escolhido para este ano abrange dois aspectos importantes e complementares: por um lado, a necessidade de recolher mais sangue e, por outro, a necessidade de garantir a sua disponibilidade e o acesso ao maior número de doentes para salvar as suas vidas.
O acesso ao sangue e aos produtos sanguíneos, tão generosamente doados por homens e mulheres ansiosos por salvar vidas em perigo, obriga-nos a redobrar os esforços para conseguirmos dar uma resposta melhor às aspirações das nossas populações.
"Por isso que lanço um apelo aos responsáveis dos serviços de saúde dos nossos países para que coloquem uma tónica especial na sensibilização das populações, de modo a que estas façam doações de sangue voluntárias e altruístas e para a sua mobilização neste sentido, e ainda para reforçar as capacidades humanas e técnicas dos serviços responsáveis pelo recrutamento e fidelização dos dadores de sangue", disse.
Sambo exorta a acelerarem a implementação de estruturas de transfusão capazes de cobrir todo o território nacional e a dotarem-nas dos meios logísticos necessários para aproximar os serviços dos doentes, a fim de garantir uma distribuição rápida do sangue e dos produtos sanguíneos a todas as estruturas sanitárias.
A participação das associações de dadores voluntários de sangue, cuja acção e dinamismo constituem o pilar de todo o sistema de transfusões, é essencial, frisou o director regional, agradecendo uma vez mais, a sua abnegação e o seu contributo inestimável para a melhoria da saúde das nossas populações.
"Apelo a todas as mulheres e a todos os homens de boa vontade para que se tornem membros dessas associações, permitindo-lhes assim dinamizar e multiplicar os seus esforços para que amanhã os doentes deixem de morrer nos hospitais por falta de sangue".
Entretanto, convida igualmente todos os parceiros a aumentarem o seu apoio aos programas nacionais de transfusão de sangue, cujo contributo para a luta contra a propagação do VIH/SIDA e para a redução da mortalidade materno-infantil é inquestionável.
Pela parte que lhe toca, o Escritório Regional da OMS para a África, vai continuar a colocar a sua experiência ao serviço dos países africanos, por forma a ajudá-los a preservar tudo o que foi conquistado e dar apoio à elaboração e implementação de estratégias novas e adaptadas para melhor responder às necessidades dos doentes.
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