Estórias e Diligências’ de Kiluanji Kia Henda
Exposição permanenteO confronto entre o conhecimento histórico e o estado actual da sociedade é o que sugere o artista angolano Kiluanji Kia Henda, na sua próxima exposição, que será inaugurada dia 21 deste mês, na galeria Sosso Arte Contemporânea Africana, localizada no Hotel Globo, à baixa de Luanda.
Denominada “Estórias e Diligências”, a mostra irá reunir doze obras, sendo dez fotografias e dois vídeos.Nela, o artista busca levar os espectadores a reflectir sobre vários fenómenos actuais, como as alterações dos hábitos e costumes que ocorrem atodo instante, as novas trocas comerciais, ou ainda a implantação de novos elementos da globalização na paisagem.
A obra “Poderosa de Bom Jesus”, retrato dum homossexual que se veste de mulher mumuila, é um exemplo da filosofia que Kiluanji pretende transmitir ao que chama de pós-exotismo.
Ou seja, o homossexualismo, um fenómeno dos tempos modernos na sociedade africana, e a tradicional forma de se vestir do povo mumuila, por si só, vão deixando de ser traços exóticos, face à evolução das tecnologias de informação. Daí que a simbiose entre o moderno e o tradicional despertem novos olhares e reflexões em Kialuanji Kia Henda.
“Sou um contador de estórias...faço-o através da fotografia”, referiu o artista, em entrevista exclusiva a O PAÍS. Quanto às “diligências”, Kiluanji define-as como sendo todo esforço que envolve a concepção da sua obra, isto é, a produção: viajar, tratar documentos, convencer pessoas e autoridades para poder ter autorização de fotografar ou filmar, enfim, todo o momento que evidencia o seu sentido de ser um artista.
Esta será a segunda aparição pública de Kilaunji kia Henda no presente ano.A primeira aconteceu em Fevereiro, na Bienal de São Paulo, naquela cidade brasileira, onde foi sob a chancela da gaelira Sosso. O artista esteve também presente em Nairobe, capital do Quénia, onde realizou uma exposição individual a convite do Instituto Goethe, entre Dezembro e Janeiro passado, três meses após ter regressado da Bienal de Cantão (Guangzhou), na China.Exposição permanente
A galeria do museu é representada actualmente por uma exposição permanente, contendo peças de caça, agricultura, flechas, zagaias, lanças, (ohunha), o famoso machado tradicional, este último utilizado como recurso para abater animais ferozes, em plena resistência.
A estes junta-se uma colecção de utensílios de uso doméstico; cabaças, (reservatórios de água e bebida), também utilizadas nas manifestações culturais, no lançamento da sementeira, colheitas, rituais tradicionais, como iniciação masculina, feminina, pedido de chuva e cura, em grande dimensão e em menor para a família.
Segue-se ainda uma colecção de panelas de barro, cada uma com o seu tamanho e especificidade como wohongue wo lukuembo (caneca tradicional), ocylindo wo tchimbanda (recipiente para alimentar um determinado número de pessoas), balaios, moringues, entre outros. O museu tem realizado várias actividades programadas e orientadas, promovendo desta forma uma maior aproximação entre as colecções e os visitantes e desenvolvendo acções que vão desde o simples acolhimento de visitas orientadas até pequenas oficinas de expressão dramática para o público, de acordo com as especialidades dos grupos etários, grau de escolaridade e objectivos da visita.
Como instituição de carácter científico e cultural, o museu continua a consolidar o tratamento de pesquisa do acervo sob a sua tutela, dando sequência a recolha de informação oral, material e científico, como garantiu o seu responsável.
Fonte:
OPAIS on line
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