Como
todos sabem, Portugal exige um infindável número de documentos aos angolanos
para aqui entrar, que tem a reciprocidade de Angola que inferniza quem queira o
visto, inclusive ter de ir ao consulado tratar diretamente.
A Suiça, muito zelosa do dinheiro dos outros e suficientemente
moralista, confiscou em 2008 cerca de 43 milhões de euros de fundos angolanos
por desconfiar que seria lavagem de dinheiro.
Acaba de assinar a devolução do dinheiro a Angola porque
reconheceu que há um governo eleito e afinal é um país importante para a sua
economia. O resto é anedota.
Portugal, através do nosso MP, resolveu investigar altos
dirigentes angolanos por terem muito dinheiro em Portugal, mas não contente, o
MP resolveu estender a sua competência e pretende fazer investigação sobre a
construção da cidade do Kilamba Kiaxi, um aglomerado de prédios para mais de
100 mil habitantes, uma nova centralidade de Luanda, executada por empresas
chinesas, cuja qualidade é reconhecida má.
Mas não é por os chineses enganarem os angolanos porque os
prédios apresentam patologias inconcebíveis, rachadelas de pasmar qualquer um
(até porque é uma intromissão inaceitável).
O argumento do nosso MP é que Manuel Vicente, atual
vice-Presidente de Angola, possa ter beneficiado do negócio.
Eu nem quis acreditar
nesta incursão colonialista no coração de um país independente mas é a verdade
.
Justamente o nosso Ministério
Público que ainda não resolveu nenhum
dos casos e que os deixa a criar mofo nas catacumbas das suas instalações., lança suspeitas sobre pessoas influentes e o
processo vai queimando em lume brando até caducar o prazo.
Imaginem agora o Ministério
Público angolano, ante a incompetência da justiça portuguesa,
resolver investigar as PPP em Portugal, porque há indícios de que vários
figurões se beneficiaram das negociatas?
Estes casos revelam a “inteligência” e o
senso (eu nem quero bom senso) com que as nossas autoridades tratam os assuntos
de Estado.
Palavras para quê?
Mário Russo (Cidadão Português
vivendo em Portugal )
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