domingo, 14 de novembro de 2021

Os caminhos de ferro coloniais em Angola e Moçambique (c. 1870 - c. 1915)

Cultura material, progresso, civilização e identidade nacional: Os caminhos de ferro coloniais em Angola e Moçambique(c. 1870 - c. 1915)

Resumo 
A partir de começos da década de 1870, Portugal iniciou nas suas colónias ultramarinas um esforço de fomento semelhante ao que vinha aplicando no território metropolitano desde 1851. Até às vésperas da Primeira Guerra Mundial, milhares de quilómetros de carris foram assentes tanto em Angola como em Moçambique. Neste artigo, pretendemos analisar este processo de implementação tecnológica como produtor de uma nova cultura material. Mostraremos que esta cultura material, que espelhava as crenças metropolitanas de progresso assentes na tecnologia, procurou influenciar as populações africanas locais e as demais nações coloniais europeias. No final, tentou contribuir para a implementação de uma identidade nacional na África Portuguesa e para facilitar a colonização económica e sobretudo cultural dos domínios ultramarinos nacionais. Para atingir estes objetivos, recorreremos a fontes textuais diversas (debates parlamentares, relatórios técnicos, textos de diplomas legais) e a fontes iconográficas, guardadas em diversos arquivos portugueses e estrangeiros. 
Palavras-chave: Nacionalismo Tecnológico. Saint-simonismo. Colonização. Iconografia. 

Hugo Silveira Pereira Doutor em História pela Universidade do Porto. Investigador auxiliar no Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia (Universidade NOVA de Lisboa); Honorary Visiting Fellow no Institute of Railway Studies (Universidade de York). Caparica - PORTUGAL hugojose.pereira@gmail.com orcid.org/0000-0002-7706-2686 
Para citar este artigo: PEREIRA, Hugo Silveira. Cultura material, progresso, civilização e identidade nacional: Os caminhos de ferro coloniais em Angola e Moçambique (c. 1870 - c. 1915). Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 11, n. 27, p. 221 - 254, maio/ago. 2019. 
DOI: 10.5965/2175180311272019221 http://dx.doi.org/10.5965/2175180311272019221



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