terça-feira, 18 de junho de 2013

De Luanda à Contra Costa

SAIBA MAIS!

Alexandre Serpa Pinto, Roberto Ivens e Hermenegildo Capelo, embora heróis, e pelo facto de o serem já no período decadente do Império, além de monárquicos convictos num Portugal que logo de seguida se tornou laico e republicano, foram de alguma forma menosprezados pela História de Portugal e da Europa. Foi graças ao seu destemor, abnegação, coragem e valentia, que, na altura, o reino de Portugal conseguiu conservar algumas das suas históricas terras africanas e mesmo salvá-las do apetite voraz de outros, nomeadamente os ingleses.
A travessia deste continente de Ocidente para Oriente feita por estes exploradores foi, com certeza, equivalente à conquista espacial dos dias de hoje, quer pelo seu pioneirismo, quer pelo desconhecimento da realidade geográfica, etnográfica e cultural africana, desde sempre tão distinta da europeia. Mesmo no presente, cruzar África é, em qualquer circunstância sinónimo de aventura, coragem e conquista do desconhecido.
É nessa base que as Villas do Índico – Departamento de Expedições Geográficas e a Organização Humanitária Memórias e Gentes, se associaram para reeditar a travessia destes exploradores. A Expedição, denominada "De Angola à Contracosta" em harmonia com o relato escrito por dois destes exploradores, irá ligar, por um percurso que em bastantes pontos toca o percurso original, as cidades de Luanda e Maputo.
A Expedição foi desenhada para que, simbolicamente, seja entregue um conjunto de livros infantis, escritos em português, que já foram recolhidos em Portugal. Os livros vão ser entregues em alguns pontos ao longo do percurso, nomeadamente Moçâmedes (Namibe), Quelimane e Gorongosa. No final da travessia, os participantes terão uma real noção do que é atravessar África do Atlântico ao Índico, na sua multiplicidade geográfica, cultural e climática. No fundo, descobrirão o mistério de Mosi-oa-tunya, as cores do final do dia do Deserto do Namibe, perceberão a força do Zambeze, a escultura do mosaico austral africano e, claro, conviverão com tudo isso, com as feras, com os descendentes dos Matabeles, dos Makololos, e de todos aqueles que se cruzaram no caminho dos míticos exploradores.
Folheto de apresentação aqui

Pensar e Falar Angola

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