terça-feira, 6 de julho de 2010

Zeca Moreno - novo disco

O músico Zeca Moreno regressa ao mercado discográfico nacional com o seu terceiro álbum de originais, com o título genérico “Perfume das Acácias”, cuja apresentação oficial acontece neste domingo, a partir das 8 horas, no Parque da Independência em Luanda, durante uma sessão de venda e assinatura de autógrafos.
Este trabalho de Zeca Moreno chega ao mercado discográfico três anos depois do lançamento, em 2007, do seu segundo disco intitulado “O meu Canto”, e quatro anos depois do seu álbum de estreia “O tempo e o contexto”, publicado em 2006.
O autor de “Perfume das Acácias” adiantou ao Jornal de Angola que o disco comporta 12 faixas musicais em português, umbundo e kimbundo, sendo nove inéditas e três novas roupagens de temas já conhecidos do músico, que receberam um novo sentido rítmico. “O disco é um bocado diversificado, destacando-se o semba, que é a matriz musical angolana, mas também contempla o bolero angolano e outros estilos tradicionais de Angola, sobretudo das zonas urbanas”.
Para essa empreitada, o músico Zeca Moreno contou com os préstimos de artistas consagrados da nossa praça como são os casos de Boto Trindade, Dulce Trindade, Joãozinho Morgado, Miqueias, Kintino, Nanuto e Gregório Mulato, actualmente integrante do grupo Kituxi. O disco teve ainda a participação do músico João Alexandre que interpreta uma das músicas de Zeca Moreno, gravada pela primeira vez em 1972 e regravar há seis anos e “que João Alexandre deu uma nova versão e que também está neste disco”.
“É uma obra discográfica que espero que, pelo seu conteúdo, venha a agradar a todos os meus admiradores e acima de tudo as pessoas amantes da música angolana, porque eu procurei fazer uma certa simbiose entre o estilo de música dos anos passados, os anos da minha faixa etária, com os ritmos e sons da nova vaga musical. Por isso, essa nova obra tem todos os condimentos para a satisfação dos bons ouvintes e dançantes da música angolana”, disse Zeca Moreno.
O músico, que não avançou o número de cópias que serão colocadas no mercado nacional, assegurou que existem cópias suficientes.
“O disco foi totalmente produzido no país e editado no estrangeiro”, avançou.
Da agenda de Zeca Moreno para a promoção do CD “Perfume das Acácias” consta, para o fim-de-semana a seguir ao lançamento no Parque da Independência, uma sessão idêntica no Centro Cultural de Viana, no bairro do Zango e, posteriormente, dependendo da agenda profissional, uma sessão de venda e assinatura de autógrafos na província de Benguela, sua terra natal.
O também administrador de Viana frisou não ter em agenda qualquer espectáculo de promoção do disco, devido aos condicionalismos do cargo que exerce, tendo acrescentado que o que faz hoje a nível da música “é para ter a satisfação de estar a contribuir para o engrandecimento da nossa música e não muito para a promoção de espectáculo, que só poderá acontecer quando eu tiver disponibilidade e quando o convite for bem remunerado, porque temos que ser valorizados por aquilo que fazemos”.
Versões imortalizam as músicas e os autores O músico Zeca Moreno disse que a onda de versões de músicas antigas por parte dos artistas da nova geração é uma forma de reconhecimento dos mais novos para com os mais velhos e serve de mola impulsionadora para a imortalização dessas músicas.
“Acho bastante salutar a forma como os jovens estão a produzir as versões de músicas angolanas antigas, porque isto permite imortalizar as obras em si, por um lado, e, por outro lado, é uma forma de reconhecermos os feitos de outras gerações. Isto não acontece só aqui em Angola, acontece também em várias partes do mundo. Então é bom porque as tecnologias e as formas de execução musical evoluem, então é bom que as músicas antigas sejam retomas hoje pelas novas gerações e as possam dar uma outra projecção e outro contorno”, frisou.
Questionado sobre o actual momento da música angolano, Zeca Moreno disse que ela evoluiu muito em dois sentidos, positivamente pela qualidade das composições, qualidade da execução e pelas tecnologias que hoje são utilizadas, e negativamente pela falta de cuidados em algumas composições e falta de rigor na sua execução.
“A música angolana evoluiu neste dois sentidos. Mas se colocarmos na balança os dois factores pesa mais no prato, certamente, a qualidade e a melhoria da nossa música”, disse Zeca Moreno, que tem a música como hobby. José (Zeca) Moreno, actual administrador municipal de Viana, iniciou a carreira musical em 1970 no agrupamento musical “Os Bongos do Lobito”, com o qual gravou duas músicas, mas por razões conjunturais do país viu-se forçado a interromper a progressão da sua carreira durante um período de três décadas, tendo ressurgido no mercado em 2004.



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