sexta-feira, 9 de julho de 2010

FNLA - Congresso da discórdia elege Lucas Ngonda

Lucas Ngonda foi eleito a última quarta-feira presidente da FNLA, num conclave marcado pela ausência de Ngola Kabangu.

Recorde-se que Kabangu, que viu a lista que encabeçava aceite pelo Tribunal Constitucional (TC), através do acórdão número 5, de 10 de Julho de 2008, fora eleito num Congresso Extraordinário, em Novembro de 2007, o qual viria, contudo, a anular o seu consulado ao considerar uma queixa apresentada por Carlinhos Zassala, concorrente derrotado no referido conclave.

O Congresso ocorrido entre os dias 4 e 7 deste mês, enquadrou-se numa orientação do TC que invalidou os anteriores realizados por Ngonda, em 2006, e Kabangu, em 2007, respectivamente, por atropelarem a decisão do “Congresso da Reconciliação” de Novembro de 2004, que apontava para a realização de um conclave dez meses depois, com a finalidade de se encontrar o presidente desta força política. Por causa de divergências entre ambos, cada um fez um à sua maneira, sendo válido o de Ngola Kabangu, o que lhe permitiu participar nas eleições legislativas de 2008.

Lucas Ngonda venceu com 660 votos, contra 101, de Carlinhos Zassala, ficando os outros dois candidatos, Miguel Damião, 18, e Pedro Gomes, 14, nas posições imediatas, num conclave que foi marcado por algumas anomalias em termos de organização. O acto eleitoral começou por registar um atraso em relação à hora prevista. Ninguém explicou as razões que estiveram na base dessa demora, a qual foi deplorada pelos delegados que aí acorreram para escolher o novo presidente do partido.

A votação dos mais de setecentos delegados, dos mil duzentos e um inicialmente previstos, começou às 17 horas e 44 minutos, tendo-se prolongado até altas horas da noite.

Outro aspecto que contribuiu para a desorganização foi a hora tardia a que os congressista almoçaram. Em vez de lhes ser servido o almoço à hora habitual, fizeram-no somente ao cair da noite. Este atraso, que atropelou o programa, foi criticado por alguns participantes das províncias do Kuanza Norte e do Huambo, que falaram sob anonimato. A isso associou-se a fraca iluminação do recinto, que reclama já obras de restauro na sua generalidade.

Um dos participantes disse à nossa reportagem que a comida não foi servida em tempo oportuno para prevenir que, terminada a refeição, alguns delegados abandonassem o encontro. Também o local escolhido para o evento foi objecto de controvérsia por parte dos congressistas e por alguns jornalistas que asseguraram a cobertura do acontecimento.

Com efeito foram questionadas as condições em que aquele decorreu e que não seriam as mais adequadas para a realização de um evento de tamanha dimensão.


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