O presidente da Agência Internacional de Cooperação Empresarial de Portugal (AICEP), Basílio Horta, reconheceu quinta-feira, na cidade do Lobito, que apesar de se manterem alguns constrangimentos na questão dos vistos e no atraso do pagamento a algumas empresas, “Angola não é um mercado de oportunidades, mas de finalidade”.
Basílio Horta, que discursava durante a cerimónia de abertura do Fórum Empresarial Angola-Portugal, na cidade portuária do Lobito, afirmou que, pelo facto do mundo estar em transformação acelerada, a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), “pelas características ímpares da sua génese e desenvolvimento, pela natureza das suas relações culturais, a história e também a economia e sintetizadas no uso de uma língua comum, deve desempenhar um papel positivo e de relevo neste mundo em transformação”.
O presidente da AICEP apontou o encontro de cooperação entre a China e os países da lusofonia, realizado em Junho em Lisboa, onde cerca de 500 empresários dos referidos países se cruzaram para a realização de negócios, como o exemplo prático das parcerias multilaterais e a potenciação das capacidades nos espaços geopolíticos em que os dois países se encontram.
Para ele, Angola constitui actualmente o mais importante destino das exportações de Portugal fora da União Europeia e as exportações portuguesas representam um quinto do total de equipamentos e serviços que Angola importa.
Durante o ano passado, acrescentou, as vendas para o mercado angolano ultrapassaram os dois mil milhões de euros e nos últimos dois anos assistiu-se a um alargamento da base exportadora portuguesa para o mercado angolano, passando a ter expressão sectores como o da formação profissional, dos serviços e das tecnologias de informação e comunicação, ultrapassando o tradicional figurino que assentava principalmente nos sectores de máquinas e materiais de construção.
Recordou que em 2008, dos dois mil milhões de euros de vendas portuguesas feitas por Portugal à Angola, 700 milhões foram relativos a serviços.
Benguela com delegação da Agência de Cooperação
Numa altura em que as empresas portuguesas olham para Angola como um mercado cada vez mais disperso geograficamente, as cidades do Huambo, Lubango, Benguela e Lobito afiguram-se como os principais pólos de negócios e de investimentos. A AICEP está a incentivar os empresários portugueses nessa nova dinâmica do mercado angolano e vai reforçar o dispositivo de apoio aos negócios e ao investimento com a abertura, brevemente, junto do Consulado Geral de Portugal em Benguela, de uma representação da AICEP, cuja acção se expandirá posteriormente a outras cidades angolanas.
"Angola é mais que Luanda"
Convidado a discursar na abertura do Fórum Empresarial Angola-Portugal, realizado quinta-feira, na cidade do Lobito, o chefe de Estado português voltou a lembrar aos empresários portugueses que existem oportunidades de negócios em outras partes de Angola.
“Existem oportunidades em toda a extensão do território angolano, no litoral e no interior, que podem ser aproveitadas com vantagens para ambos os países”, realçou. Referindo-se às cidades de Benguela e Lobito, o chefe de Estado português apontou a requalificação do Corredor do Lobito, onde as obras de reabilitação do Caminho-de-Ferro do Benguela estão em curso, associada a potencialidade que oferece o Porto Comercial do Lobito que encerra o valor estratégico determinante para o futuro de Angola, tendo realçado o seu papel como plataforma de acesso aos restantes países da África Austral, onde a Comunidade de Desenvolvimento de países oferece oportunidades de investimento, recursos e potencialidades que representam um mercado de milhões de consumidores.
O Presidente Cavaco Silva realçou a decisão da AICEP em instalar uma delegação em Benguela, tendo adiantado que a mesma servirá como importante estímulo para as empresas portuguesas que já se encontram na região, assim como para as que aí se pretendem instalar com projectos económicos.
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