quarta-feira, 14 de julho de 2010

FESTLIP

Uma delegação angolana composto por nove actores do grupo Miragens Teatro e seis da Companhia Dadaísmo segue para o Rio de Janeiro onde vai representar Angola, até ao dia 25 deste mês, na terceira edição do Festival Internacional de Teatro de Língua Portuguesa (FESTLIP).
A Companhia de Teatro Dadaísmo apresenta nos dias 17, 18 e 22 do corrente, no Teatro Sesc Tijuca o espectáculo dramático “Olímias”, que narra a história de três filhos gerados num clima de amor e ódio, por um pai infiel, fazendo cair uma maldição sobre eles. Agora, o pai tem que pagar pelos seus erros e sentir a ira da vingança. Assiste de forma passiva, aos conflitos entre os seus filhos, até que é chegado o momento do cumprimento da profecia.
A Companhia de Teatro Dadaísmo surgiu em 2006 com a proposta de levar o Movimento Dadaísta ao teatro. Com sede na União dos Escritores Angolanos, o grupo é formado por professores, universitários e actores reconhecidos no país. Além da produção de peças teatrais, a companhia também oferece cursos e seminários.
O grupo Miragens Teatro leva à cena nos dias 17 e 23 deste mês no Teatro Sesc Ginástico a peça “4&30”, escrita por Walter Cristóvão a partir depoimentos que reconstituem a noite do desabamento do prédio da Direcção Nacional de Investigação Criminal (DNIC).
A peça leva o público a uma viagem sobre o que teria acontecido às dez mulheres que se encontravam nos escombros, na famosa “cela das meninas”. No espectáculo, elas contam as suas experiências em relação ao facto de terem sido presas e ao dia da libertação que está prestes a chegar.
Um dos mais premiados grupos de Angola, o Colectivo Miragens Teatro foi fundado em 7 de Junho de 1995, em Luanda, na comunidade religiosa de São Luís.
A sua principal proposta é utilizar o teatro para formar e informar com base num trabalho de pesquisa sobre a História de Angola, o que o levou a ser considerado um “ grupo escola”.

Crescimento e Consolidação

Este ano, o Festlip tem a participação maciça das nações lusófonas e vai levar à cena 15 espectáculos inéditos de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste numa programação que inclui ainda oficinas, debates, exposição de fotografias, shows e uma mostra gastronómica.
Realizado pela Talu Produções, o festival visa a promover o intercâmbio teatral entre países da língua portuguesa e vai render homenagem, este ano, à actriz portuguesa Maria do Céu Guerra.
“É gratificante ver o crescimento e a consolidação do Festlip”, frisou a actriz e produtora Tânia Pires, fundadora do festival. “Começámos com dez espectáculos de cinco países. No ano seguinte, tivemos a entrada de Guiné-Bissau e já somávamos mais de 400 grupos inscritos e 31 mil espectadores nas duas edições. Agora contabilizamos quase 800 inscrições e 15 peças que representam todos os integrantes da Comunidade de Países de Língua Portuguesa. É mais um passo no objectivo de estreitarmos os laços entre culturas tão distintas e ainda muito distantes”, disse Tânia Pires.
A programação desta edição cresce também fora dos palcos. Intitulada “Teatro sem fronteira”, a exposição fotográfica que este ano integra o Festlip é o registo da oficina teatral itinerante conduzida de Outubro a Dezembro de 2009 pela actriz Tânia Pires nos oito países da CPLP, onde reuniu grupos de diversas formações para encenar textos de Ibsen.
“Foi uma experiência enriquecedora. Durante três meses vivi realidades distintas e tive a certeza de que o teatro da língua portuguesa brota da sua própria diversidade”, afirmou Tânia Pires


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