domingo, 30 de setembro de 2007

O VENTO QUE DESORIENTA O CAÇADOR


Existem grandes criadores na literatura angolana e um desses grandes nomes é Arnaldo dos Santos. No livro O Vento que Desorienta o Caçador, publicado pela Caminho, o escritor foca o choque entre as tradições e as novas ideias, a procura dos valores eternos da humanidade. Arnaldo dos Santos serve-se do léxico local angolano misturando termos portugueses com kimbundo para dar mais autenticidade aos conflitos retratados no livro.
Neste seu último romance, o escritor angolano reflecte sobre o momento de ruptura na história do povo angolano independente, como foi o Acordo de Bicesse, entre o MPLA e a UNITA e as primeiras eleições partidárias, em que um grupo de jovens, sobreviventes de uma longa guerra, procura o modo de fazer face à incerteza que se instala nesse momento.
Nos primeiros tempos da independência de Angola e mesmo anteriormente, quando havia necessidade de uma afirmação local, a literatura angolana lutou pela acentuação regionalista, numa intenção política, restringindo o seu universalismo, mas consciente da adopção, pois tratava-se de erguer uma literatura onde não havia ainda país e a evolução foi para um maior retorno às tradições.
O Vento que Desorienta o Caçador é um livro que merece ser lido porque é autêntico, universal, consciente e particular.


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Tripanossomíase Africana

A Tripanossomíase mais vulgarmente denominada como doença do sono é frequentemente fatal e causada pelo parasita unicelular Trypanosoma brucei.

Há duas formas: uma na África Ocidental, incluindo Angola e Guiné-Bissau, causada pela subespécie T.brucei gambiense, que assume forma crónica, e outra na África Oriental, incluindo Moçambique, causada pelo T.brucei rhodesiense, forma aguda. Ambos os parasitas são transmitidos pela picada da mosca tsétsé (moscas do género Glossina).


Ciclo de Vida:

O parasita existe na saliva das moscas tsétsé e é injectado quando estas se alimentam de sangue humano. Ao contrário do seu primo americano, o tripomastigota T. brucei não invade as células (nem assume forma de amastigota), alimentando-se e multiplicando-se enquanto tripomastigota nos fluidos corporais, incluindo sangue e fluido extracelular nos tecidos. Uma nova mosca Glossina é infectada quando se alimenta de individuo contaminado. Ao longo de cerca de um mês, o parasita assume várias formas (epimastigota principalmente) enquanto se multiplica no corpo da mosca, invadindo finalmente as glândulas salivares do insecto (as moscas vivem cerca de 6 meses).



Pelo menos quatro milhões de habitantes das províncias angolanas de Cabinda, Zaire, Bengo, Uíge, Malanje, Moxico e Kwanza-Norte correm o risco de contrair a doença de sono.

A tripanossomíase humana e animal afecta actualmente África, causa além da mortalidade, a redução no efectivo pecuário, constituindo assim uma ameaça à segurança alimentar e do aumento da pobreza no meio rural.
Prevenção:
As Glossina, ao contrário de quase todos os outros insectos que picam humanos são mais activas de dia, logo dormir em redes apesar de aconselhado, não protege tanto como protege contra malária, cujo mosquito é nocturno. É necessário usar roupas que cobrem a maioria da pele e sprays repelentes de insectos. O uso de aparelhos coloridos eléctricos que atraem e matam as moscas é útil. A destruição das populações de moscas é eficaz para a erradicação da doença.
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TEXTO SECUNDÁRIO
Progressão e sintomas:
Após a picada infecciosa, o parasita multiplica-se localmente durante cerca de 3 dias, desenvolvendo-se por vezes uma induração ou inchaço edematoso, denominado de cancro tripanossómico, que desaparece após três semanas, em média. O inchaço não surge na grande maioria dos casos de infecção pelo T. gambiense e apenas em 50% dos casos de infecção com T. rodesiense.

O parasita dissemina-se durante 1-2 semanas (T. gambiense) ou 2-3 semanas (T. rodesiense) da picada pelo corpo do doente. O T. gambiense produz muito mais alta parasitemia que o T. rodesiense. Os sintomas são todos durante as fases de replicação ou parasitémia. Os parasitas multiplicam-se no sangue, a maioria com uma mesma glicoproteína de membrana. No entanto alguns poucos trocam a glicoproteína por outra de dentro do seu leque de 1000 genes para essas proteínas, num processo aleatório. Quando o sistema imunitário produz anticorpos especificos contra a glicoproteína dominante, a maioria dos parasitas é destruida, mas não os poucos que, por acaso já tinham trocado a glicoproteína que usam. Os sintomas cessam, mas os parasitas com a glicoproteína diferente não são afectados pelos anticorpos produzidos e multiplicam-se, gerando nova onda parasitémica e de sintomas. Então são produzidos novos anticorpos contra a nova glicoproteína dominante, que mais tarde são eficazes em destruir a maioria dos parasitas excepto aqueles poucos que já trocaram novamente a glicoproteína que usam, e assim por diante. O resultado são ondas de multiplicação e sintomas agudos que vão aumentando até originar sintomas do tipo crónico, após muitos danos. A grande quantidade de anticorpos produzidos leva à formação de complexos dessas proteínas, que activam o complemento e causam também directamente danos nos endotélios dos vasos e nos rins. Os danos nos vasos geram os edemas, e microenfartes no cérebro, enquanto a anemia é devida à destruição acidental pelo complemento dos eritrócitos.

Os sintomas iniciais e recorrentes são a febre, tremores, dores musculares e articulares, linfadenopatia (ganglios linfáticos aumentados), mal estar, perda de peso, anemia e trombocitopenia. Na infecção por T. rodesiense pode haver danos cardiacos com insuficiencia desse orgão. Há frequentemente hiperactividade na fase aguda.

Mais tarde surgem sintomas neurológicos e meningoencefalite com retardação mental. Na infecção por T. gambiense a invasão do cérebro é geralmente após seis meses de progressão, enquanto o T. rodesiense pode invadi-lo após algumas semanas apenas. Sintomas típicos deste processo são as convulsões epilépticas, sonolência e apatia progredindo para o coma. A morte segue-se entre seis meses a seis anos após a infecção para o T. gambiense, e quase sempre antes de seis meses para o T. rodesiense.

Diagnóstico e tratamento:
O diagnóstico é geralmente pela detecção microscópica dos parasitas no sangue ou liquido cefalo-raquidiano. Também se utiliza a inoculação do sangue em animais de laboratório, se a parasitémia for baixa, ou a detecção do seu DNA pela PCR.

Na fase aguda, o tratamento com pentamidina é eficaz contra T. gambiense, e a suramina contra T. rodesiense. No entanto a resistência é crescente a estes fármacos. Na fase cerebral, já poderá haver danos irreversiveis. É necessário usar o tóxico melarsoprol, que mata sem ajuda do parasita 1-10% dos doentes, ou no caso do T. gambiense eflornitina.







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Africano de Basquetebol Feminino


Angola foi eliminada nas meias-finais do Campeonato Africano das Nações de basquetebol em seniores femininos diante do Mali, por 60-69, mas vendeu caro esta derrota, apesar da inexperiência evidenciada em momentos cruciais do jogo, principalmente no jogo interior, em que as malianas foram superiores.

A Selecção Nacional chegou ao pavilhão Marius Ndiaye já cravada com o selo de derrotada, porque começou cedo por sentir a pressão de senegaleses e malianos que, à semelhança da Nigéria, queriam Aníbal Moreira longe da final deste Afrobasket-2007. Foi mesmo no pormenor - maior qualidade no jogo interior, dada a maior estatura das suas atletas -, que o Mali ditou o resultado a seu favor. Nos primeiros cinco minutos Angola perdia por 03-11, mas recuperou nos cinco minutos seguintes para 16-17; fruto de bom desempenho defensivo, bem complementado por acções concertadas no ataque. Manteve-se sempre próxima.

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Entretanto, a consistência do jogo de Angola foi decaindo nos 10 minutos seguintes, que repartido por cinco, ditaram as diferenças de 34-46 e 39-56, tudo porque o Mali explorava e bem a maior vantagem que tinha sobre Angola: estatura física e atlética, em que as irmãs Diawara, Djene e Nara; e ainda Nagnouma Coulibaly faziam o queriam das postes do cinco nacional, designadamente Nacissela Maurício (ainda assim a melhor marcadora, com 20 pontos), Jackeline Francisco, Maria Barbosa "Manú" e, em alguns momentos também - porque jogou pouco -, Sónia Guadalupe. Só para elucidar, o Mali ganhou 41 ressaltos - 15 ofensivos e 26 defensivos -, contra 21 de Angola (seis defensivos e 16 ofensivos). Nos derradeiros dez minutos, Aníbal Moreira apostou naquilo que Angola explora melhor. A defesa. Houve resultados significativos, porque a equipa foi capaz de recuperar de 19 pontos e deixá-la em apenas seis. Porém, a inexperiência das mais jovens, que ontem tiveram de assumir o papel principal, porque as mais velhas Irene Guerreiro e Manú não estavam nos seus dias, foi determinante na derrota.
Certo, certo, é que o Mali, diante de Angola, teve de sofrer até aos derradeiros minutos, ganhando o jogo naquilo que melhor soube explorar: a sua maior estatura atlética, que lhe permitiu dominar o jogo interior.A Selecção Nacional decide às 15H00, tempo de Angola, o terceiro lugar, enquanto às 18H00 será decidido quem será o novo campeão africano, em substituição da Nigéria.





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sexta-feira, 28 de setembro de 2007

OXALÁ CRESÇAM PITANGAS

Waldir Araújo*






Oxalá Cresçam Pitangas é um projecto a dois. De dois jovens angolanos da mesma geração. Um – Ondjaki – escritor com provas dadas e um promissor futuro do mundo das letras; outro – Kiluanje Liberdade – realizador também com já alguma experiência no mundo da Sétima Arte.



O filme pretende revelar a realidade por detrás da permanente fantasia luandense. Dez personagens mostram formas diferentes de viver e interpretar a cidade de Luanda, capital de Angola. Essas vozes vão expondo, com ritmo, dignidade e coerência, um espaço ocupado por várias gerações e dinâmicas sociais complexas. Luanda ainda não havia sido filmada sob esta perspectiva realista e humana: conflitos entre a população e a esfera política, a proliferação do setor informal, as desilusões e as aspirações, o questionamento do espaço urbano e do futuro de uma Angola em acelerado crescimento. Estas dez personagens falam também das suas vidas, do seu modo de agir sobre a realidade, da música que não pode parar. Aparece uma Luanda onde “a imaginação e a felicidade defrontam as manobras de sobrevivência. Onde a Língua é mexida para se adaptar às necessidades criativas de tantas pessoas e tantas linguagens”.

Este é um filme sobre uma Luanda que recria constantemente a sua identidade: os dias, as noites e todos os ritmos da cidade que não sabe adormecer. Luanda mistura fenômenos urbanos e rurais. O setor informal, sendo a grande alternativa, agita o país e dinamiza as relações. Os jovens colocam diariamente a imaginação ao serviço da sobrevivência e da felicidade, inventando formas de viver e sobreviver – por necessidade e pelo gosto de se sentirem vivos. Palco de arte, festa e alegria, em Luanda, a tristeza e a felicidade convivem com a euforia. Os casamentos são sempre festivos; os funerais nem sempre são tristes. Há um substrato intencional de felicidade nas ações e intenções dos luandenses. A linguagem falada traduz um modo de pensar mais local e típico. Num português carregado de calões e de adaptações, reflete-se o modo interventivo das pessoas agirem sobre a realidade.



Com uma visão que acentua a esperança no futuro, Oxalá Crescem Pitangas é uma viagem pelas pessoas, pelas ruas e pelas histórias de Luanda.








*é guineense e jornalista da RDP África. Como escritor, ganhou uma bolsa de Criação Literária do Centro Nacional de Cultura de Portugal, onde vive atualmente.

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Relato dramático

O Grupo de Trabalho sobre Detenção Arbitrária do Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas que acaba de efectuar uma missão a Angola manifestou-se surpreendido com a situação penosa que constatou nas cadeias de Luanda e de algumas províncias visitadas.
Em conferência de imprensa realizada em Luanda, no final da sua visita a Angola, a presidente do Grupo, Leila Zerrougui, de nacionalidade argelina, fez um relato dramático, a começar pela superlotação nas cadeias. Como exemplo ficou a Cadeia Central de Luanda que, com capacidade para seiscentos reclusos, alberga neste momento cerca de 3300 presos.Além das cadeias de Luanda, os peritos das Nações Unidas visitaram ainda as penitenciárias de Cabinda e a Cadeia Provincial da Lunda Norte, conhecida por «Condueji», tendo constatado situação idêntica. Na globalidade, a missão visitou dez estabelecimentos prisionais e conversou com os reclusos.Na Lunda Norte, a missão constatou que os 48 lugares disponíveis para dormitórios dos reclusos albergam actualmente um número três vezes superior e que alguns presos apresentam sinais evidentes de desnutrição, além da deficiente assistência médica.«Nestes três locais as condições são realmente muito penosas. São cadeias superlotadas. No Dundo observamos presos que sofrem de mal nutrição, as pessoas doentes não recebem tratamento, os prazos previstos para a prisão preventiva não são respeitados, não há o respeito das normas internacionais, nem mesmo das normas nacionais no que diz respeito aos procedimentos legais. O direito ao advogado, que é consagrado na Constituição, tão pouco é respeitado, pois o advogado só intervém no dia em que tem o lugar o processo».Leila Zerrougui afirmou que a maioria dos detidos são pessoas pobres que não têm condições de ter um advogado e necessitam de assistência jurídica, que entretanto não é eficiente.Segundo a presidente da missão, as celas da Direcção Nacional de Investigação Criminal (DNIC) são as piores das que foram visitadas em Angola, sublinhado que tanto as condições de acomodação como os direitos dos reclusos são totalmente violados, além de aberrantes casos de maus-tratos e até mesmo de tortura. Acrescentou que a maioria dos detidos estabelecem paralelismo com a corrupção quase generalizada no país.«Também ouvimos vários testemunhos de maus-tratos, nós vimos pelo menos três casos de pessoas que mostraram sinais de maus-tratos e eu diria até de tortura. Ouvimos muitas pessoas também que disseram que estavam na prisão naquelas condições por serem pobres, ou seja a grande maioria dos detidos tem a percepção de que há um fenómeno de corrupção generalizada.Todos os que estão detidos pensam que a corrupção é a regra. Dizem que a polícia tem o poder de capturar as pessoas e mantê-las lá, e o juiz, no sistema actual, não intervém para apreciar, avaliar a legalidade ou não da detenção. Também há o problema dos advogados, as pessoas não podem receber o advogado quando estão presas».Leila Zerrougui fez saber que estas e outras questões farão parte de um relatório sobre a situação prisional em Angola, a ser apresentado ao Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas.



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quinta-feira, 27 de setembro de 2007

TÉ MACEDO



Benuína Macedo (Té Macedo) nasceu em Luanda - Angola em 05.06.1970, aonde iniciou seus estudos musicais na Academia de Música de Luanda, auferindo em 1988 de uma bolsa da cooperação Portuguesa, ingressou no Conservatório de Música de Lisboa aonde estudou piano e canto paralelamente, tendo terminado este último na classe da Professora Filomena Amaro, obtendo a classificação final de 18 valores.
Foi reforço dos coros da Opera do Teatro Nacional S. Carlos e do coro Gulbenkian.
Seu belíssimo timbre e excelentes qualidades vocais têm-lhe valido cartas elogiosas de Mestres, Maestros e Jornalistas, sendo já considerada pela imprensa como a "voz Lírica de Angola, ou Angola na voz de um Anjo!)
Sob o signo de "Prima-Dona" ou "Primeira Dama" é também a primeira marimbeira profissional vinda de um meio urbano, facto inédito já que por questões de cultura e tradição, a marimba é um instrumento reservado aos homens.
Tem vindo a aperfeiçoar-se na arte do Hungu (berimbau) e Kissangi.
Esta versatilidade instrumental e vocal levaram-na à autoria do primeiro projecto Angolano Lírico de fusão, ou seja, Té Macedo pegou em temas do cancioneiro Angolano e deu-lhes uma roupagem erudita, organológicamente casando a orquestra sinfónica com instrumentos tradicionais e vocalmente imprimindo-lhe uma forte componente lírica, o projecto que veio amadurecendo desde 1997, foi agora gravado em Cuba com a Sinfónica Nacional, e contou com a participação do renomeado cantor / autor Pablo Milanés e as primeiras figuras da ópera cubana.
Como valores defende:
- A criação de um conservatório que desperte o gosto pela música nacional de raiz e a execução de instrumentos nacionais.
- Criação de uma fundação que descubra e promova novos valores no domínio das Artes.
- A urgente recolha, sistematização e formalização do cancioneiro Angolano.


Fonte:
http://www.temacedo.com/



___"Muxima" - Macedo -


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Pungo Andongo

















fotos de LuisBoleo (1969)
Malange - Pedras de Pungo Andongo

Realmente a minha terra tem paisagens Lindas … não deixem o homem “tocar” pra não estragar

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quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Luanda


Parque Nacional da Cangandala

Origem - Estabelecido como Reserva Natural Integral em 25-05-1963
Classificação - Parque Nacional, II, desde 25-06-1970.
Localização- Está situado na província de Malanje.
Área - Ocupa 630 km².
Limites Geográficos - 09 09' a 10 02' de Latitude Sul e 16 34' a 16 52' de Longitude Este. Limites Naturais - A Norte e Nordeste o Parque é delimitado pelos rios Camifundi, Cuije e Caculo. A Sul pelos rios Maubi, Candua e Camifundi. A Leste e Sudueste pelo Rio Caculo e Rio Cuije, Dumba Kicala, Picada Calamungia, Dumba Kicala, Maubi Calongo até aos rios Cuque e Lussa.
Descrição - A pluviosidade média anual é de 1350 mm e a temperatura é de 21,5°C. Não existem grandes cursos de água e a vida gira em torno dos charcos e lagoas que se formam durante a estação das chuvas. A vegetação é composta por floresta aberta e savana seca. A descoberta em 1963 da palanca negra gigante (Hippotragus niger), levou à criação do Parque Nacional da Cangandala. Actualmente, desconhece-se quantos exemplares poderão ainda existir.

http://www.cpires.com/angola_parques.html

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terça-feira, 25 de setembro de 2007

CATUMBELA



Gostei do mapa!


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Girafa


Reino:

Animalia

Filo:

Chordata

Classe:

Mammalia

Ordem:

Artiodactyla

Superfamília:

Giraffoidea

Família:

Giraffidae

Género:

Giraffa

Espécie:

G. camelopardalis

O termo girafa (do árabe zarAfa(t), pelo italiano giraffa) é a designação comum aos grandes mamíferos artiodátilos, ruminantes, do gênero Giraffa, da família dos girafídeos, no qual consta uma única espécie, a Giraffa camelopardalis, ou camelo-leopardo, como eram chamadas pelos romanos quando elas existiam no norte da África, pois acreditava-se que vinham de uma mistura de uma fêmea camelo, com um macho leopardo. São ungulados com número ímpar de dedos.

As girafas são os únicos membros de seu gênero e, juntas com os okapis, formam a família Giraffidae. Actualmente estão listadas nove subespécies de girafa (ver em baixo), diferenciadas pela distribuição geográfica e pelo padrão das manchas. Essas várias subespécies de girafas agora habitam as terras secas ao sul do Saara. As girafas se distribuem em dois grupos: Girafa-do-norte que são tricornes, isto é, com um corno nasal interocular e dois frontoparietais, apresentando pelagem predominantemente reticulada; e Girafa-do-sul, sem corno nasal e a pelagem tem predominantemente malhas irregulares.

Os machos chegam a 5 metros de altura e com suas línguas preênseis que alcançam até 40 centímetros são capazes de pegar as folhas de acácias, por entre pontiagudos espinhos nos altos dos galhos, que são sua principal fonte de alimentação. Elas são capazes de comer as folhas das árvores até 6 metros de altura. Para poderem pastar, têm de afastar uma da outra as pernas dianteiras. Devido ao baixo teor nutritivo das folhas, as girafas precisam comer grandes quantidades e passam quase 20 horas por dia a comer. O comprimento do corpo pode ultrapassar os 2,25 metros e ainda possui uma cauda com 80 centímetros de comprimento, não contando com o pincel final. O seu peso pode ultrapassar os 500 quilogramas. Apesar do seu tamanho, a girafa pode atingir a velocidade de 47 km/h. Elas vivem em manadas dispersas e são solitárias.

As girafas, como todos os mamíferos, possuem sete vértebras cervicais. Os seus pescoços, entretanto, são os maiores dos animais atuais, pelo que é pouco flexível. Por causa de seu pescoço comprido e rígido, seu sistema vascular possui particularidades como válvulas especiais que permitem que o fluxo sanguíneo alcance o cérebro (bastante afastado de seu coração) quando levantam a cabeça e evitam vertigens quando elas a abaixam. Ambos os sexos possuem dois ou quatro cornos curtos e recobertos por pele. O pêlo da girafa é fulvo (amarelo-tostado, alourado) ou rosado, com grandes manchas de cor amarronzada (exceto no ventre, onde o pêlo é branco). As manchas pardas possuem um padrão único para cada indivíduo e o auxilia a se mimetizar por entre as sombras das árvores onde habita. Elas possuem pernas longas, sendo as dianteiras mais altas que as traseiras, e número reduzido de costelas. O tempo de vida de uma girafa é de aproximadamente 15 a 20 anos.

É um animal gregário constituindo rebanhos ou bandos pouco numerosos, andando rapidamente, a passo travado e associando-se aos antílopes e avestruzes nas savanas africanas ao sul do Saara.

Sub-espécies

  • Girafa-reticulada ou girafa-da-somália (G.c. reticulata) - manchas cor-de-fígado, reticuladas e separadas por linhas brancas muito nítidas; NE Quénia, Etiópia, Somália
  • Girafa-angolana (G.c. angolensis) - Angola, Zâmbia
  • G.c. antiquorum - Sudão
  • Girafa-do-kilimanjaro ou girafa-masai (G.c. tippelskirchi) - manchas irregulares, em forma de folha de videira, cor-de-chocolate; Quénia, Tanzânia
  • Girafa-núbia (G.c. camelopardalis) - manchas grandes, quadrangulares, cor-de-avelã, ausentes nas patas; E Sudão, NE Congo
  • Girafa-de-rothschild (G.c. rothschildi) - manchas rectangulares castanho-escuras, de contornos mal definidos; Uganda, Quénia
  • Girafa-sul-africana (G.c. giraffa) - África do Sul, Namíbia, Botswana, Zimbabwe, Moçambique
  • Girafa-da-rodésia (G.c. thornicrofti) - E Zâmbia
  • G.c. peralta - Chade


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segunda-feira, 24 de setembro de 2007

FESTISUMBE





Artistas nacionais serão a principal atracção do Festisumbe/2007.

A VII edição do Festival Internacional da Música (FestiSumbe), a realizar-se de 28 a 29 deste mês, na província do Kwanza Sul, terá como principal atracção os músicos angolanos.

O evento, produzido anualmente pela Casa 70 e com a realização do governo provincial, integra 22 artistas nacionais, bem como dois grupos e o mesmo número de bandas musicais angolanos, que vão compartilhar o palco com o músico guineense Manecas Costa e a banda Africando(integrada por músicos de várias origens, como do Senegal, Cuba e EUA).
Durante dois dias, músicos angolanos como Paulo Flores, Mig, Mamukweno, Justino Handanga, Matias Damásio, Caló Pascoal, Lulas da Paixão, Yuri da Cunha, Bessa Teixeira, entre outros mostrarão o seu talento na Marginal da cidade do Sumbe.
O Sumbe vai ainda acolher os grupos Kalibrados e Lambas, assim como as bandas Movimento e Versáteis. Na VI edição do Festisumbe/2006, os músicos Caló Pascoal, Justino Handanga, Awillo Longomba, Kelly Silva, Puto Prata e os Génesis encerraram o evento, com muita dança e vibração, contagiando assim o público que se fazia presente na Marginal do Sumbe.




In Angola Press




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domingo, 23 de setembro de 2007

Olongo




Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Artiodactyla
Família: Bovinae
Género: Tragelaphus
Espécie: T. strepsiceros

Com um porte grande, seu peso pode variar de 190-135kg em machos e 120-215kg em femea. Os pelos do pescoço são curtos e escassos e possui uma crina no meio das costas. A variedade de coloração, em geral, vai do avermelhado ao pálido e suas narinas são cinza azulado e brancas.É encontrado geralmente em matas e em matagais, e necessita de um abrigo para se esconder. Pode ser activo tanto de dia como à noite. Sua audição é apurada e seu extremo estado de alerta, torna a aproximação difícil.Sua habilidade de saltar é maravilhosa, e se alimenta basicamente de pasto, verduras e ração.Esses animais, em ambiente natural, se dispersam durante a época das chuvas, quando seu alimento é abundante em grande áreas. Já no período da seca a concentração de indivíduos é em locais favoráveis, com ofertas de alimento.Os territórios das fêmeas sobrepõem-se, e durante o período reprodutivo (maio-agosto) as áreas de vários machos adultos solitários coincidem com as áreas de duas ou três fêmeas. Após o cio das fêmeas os machos se associam em grupos estáveis de “solteiros” de 2 a 10 indivíduos, e então, se separam com a chegada das chuvas.
Os grupos de fêmeas, geralmente são mais estáveis e tem de 5 a 6 membros, incluindo diversos adultos e seus filhotes. Agrupamentos maiores, as vezes, se formam por breves períodos. Durante o cio, os machos competem uns com os outros pelas fêmeas férteis, geralmente através de demonstrações de força e ocasionalmente por sérios combates.As espirais nos chifres servem como um meio para se ligar ao oponente (num combate, evita que os chifres deslizem) tentando fazer com o adversário perca seu equilíbrio com chocalhos e torções. Estimativas sobre o período de gestação variam entre à aproximadamente 9 meses. O recém-nascido pesa cerca de 16kg e tendem nascer durante o inicio da época das chuvas (janeiro-março). As fêmeas atingem a maturidade sexual aos 14 anos e existe relato de que um grande Olongo viveu 22 anos e 3 meses, criado em cativeiro.Os chifres do Olongo são troféus para caçadores, suas mortes se devem a sua excelente carne e por que os animais destroem plantações. Esses factores, associados a destruição de seu habitat, tem reduzido muito o numero de T. strepsiceros.




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sábado, 22 de setembro de 2007

PALUDISMO

Malária ou paludismo, entre outras designações, é uma doença infecciosa aguda ou crónica causada por protozoários parasitas do gênero Plasmodium, transmitidos pela picada do mosquito Anopheles.
A malária mata 2 milhões de pessoas por ano, uma taxa só comparável à da
SIDA/AIDS, e afeta mais de 500 milhões de pessoas todos os anos. É a principal parasitose tropical e uma das mais frequentes causas de morte em crianças nesses países: (mata um milhão de crianças com menos de 5 anos a cada ano). Segundo a OMS, a malária mata uma criança africana a cada 30 segundos, e muitas crianças que sobrevivem a casos severos sofrem danos cerebrais graves e têm dificuldades de aprendizagem.



Wikipédia


A Malária ou Paludismo é uma doença muito grave, porque é a primeira causa de morte das crianças em Angola. Para enfrentar esta situação, o Ministério da Saúde, através do Programa Nacional de Controlo da Malária, com o apoio do UNICEF, promove o uso do mosquiteiro tratado com insecticida de longa duração como primeira medida preventiva para reduzir o número de casos e consequentemente de mortes por malária. Estes mosquiteiros conservam o insecticida até cinco anos seguidos.(...).


(...)Nós sabemos que em Angola, muitas crianças que morrem de malária falecem em casa sem receber o tratamento adequado, ou chegam muito tarde aos postos e centros de saúde, quando já há poucas esperanças de salvação. E nestas unidades sanitárias, o maior problema para o tratamento do paludismo é que a cloroquina, o medicamento antipalúdico mais barato e mais utilizado, perdeu a sua eficácia.

Existe hoje um novo tratamento, a Terapia Combinada com Artesunate, que é muito mais eficaz no combate á doença. O programa "Fazer Recuar o Paludismo" acordado em Abuja recomenda que pelo menos 60 por cento das pessoas em risco, particularmente crianças menores de cinco anos, beneficiem do acesso atempado à terapia anti-palúdica no prazo de 24 horas após o início dos sintomas.




(...)Unicef

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Sábado Musical




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sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Nomes

Os nomes que se seguem são reais (dizem!), por mais incrível que possa parecer.

São passíveis de serem encontrados na base de dados de um banco português (balcão do Banco Espírito Santo) em Luanda.
É importante apreciarmos o humor que fazem conosco e sabermos rir, e rir à gargalhada quando a listagem que se segue oscila entre, a expressão genuína de uma grande liberdade, despreconceituosa e plena de desprendimento, que só existe em países jovens, e a tentativa de registar fonemas desconhecidos à luz de uma lingua latina, e espartilhados pela mesma.


Liberdade de Jesus

Narigueta Perna Torta


Banha Cidália Calçada Descalça

Norlinda Rapa Buraco

Maria Ténia Viu Vultus

Etelvina Vaca Cabeça

Joaquim Cuecas

Luis Fortes Lopes Carago

Maria Teresa Rabo Bacalhau

MolhoAntónio

Agostinho Chouriço Junior

Maria Bem Grosso

Joaquim Bagina

Paulo Puns Dá

Maria Trombasia

Ignácio Bufa Bucelato

Maria Salva Um de Cada Vez





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Salalé



Hoje me apetece falar do Salalé. Não lhe posso etiquetar na Fauna, porém esta termita merece aqui destaque pois faz parte da paisagem angolana.
A grande particularidade da salalé está nas monumentais torres por ela edificadas. É uma espécie de formigas aladas facilmente identificada à distância, graças às suas técnicas de construção. A formiga salalé constrói altos morros de argila, cujo interior dizem conter verdadeiras galerias e estradas formigais por onde elas se deslocam.
E o aspecto é digno de fazer inveja as torres rendilhadas da Sagrada Família, catedral que estão ainda a construir em Barcelona, marco importante na obra de Gaudi.




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quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Angola, descrita


Pinceladas desta aguarela algo dramática que é Luanda, capital de mestiçagem.

Dizia-me outro dia um embaixador africano que Angola é um país negro que não é negro, porque cruza portuguesa não é só sangue, é de "cabeça". Os angolanos das cidades são todos, afinal, mestiços de português...

Do contínuo ao ministro todos são "mulatos", quer sejam pretos ou não. E está tudo lá, África e nós, no que temos de bom e de mau. Uma grande confusão, um caso novo à face do continente, cheio de potencialidades mas também um grande divórcio entre a cidade e o interior, a saudade do chefe carismático que não chega, que não pode chegar, porque a raiz europeia abafa a raiz negra e o poder é ainda, herança grega, colectivo.


França, António Pinto da, in "Angola, o dia-a-dia de um embaixador"