sábado, 9 de janeiro de 2010

Togo abandona CAN2010


Esta selecção, do Togo, encontra-se no aeroporto de Cabinda à espera do avião que a levará de regresso, abandonando assim o CAN.
As autoridades angolanas já enviaram para Cabinda uma delegação que fará o inquérito.
Assim, pelos piores motivos, Angola voltou às primeiras páginas da imprensa mundial.
A FLEC, que reivindicou o ataque, alegando estar apenas a atacar a guarda do autocarro que transportava a Selecção do Togo, matou o treinador adjunto, um jornalista e o condutor do autocarro. Ou mal explicado ou falta de mira dos seus 'soldados' que deviam estar a ler ao mesmo tempo o Tratado de Simulambuco.


Cabinda foi a parcela do antigo Reino do Congo atribuída a Portugal, por ocasião da Conferência de Berlim (1885), quando simultaneamente nasceram o Congo Belga (ex-Zaire e actual República Democrática do Congo) e o Congo Francês (ex-Congo Brazzaville e actual República do Congo).

Na realidade, Cabinda originalmente era unida territorialmente a Angola, mas a Bélgica reivindicou uma saída para o Atlântico para o seu Congo Belga, o que foi concedido por Portugal através de um acordo, selando definitivamente a separação de Cabinda do restante de Angola.

Nas vésperas da referida Conferência, os príncipes e os notáveis de Cabinda assinaram o Tratado de Simulambuco com Portugal, pelo qual o território de Cabinda passou a ser protectorado luso.

Em 1974, após a Revolução do 25 de Abril em Portugal, interesses políticos levaram Cabinda a continuar integrada a Angola, com a qual não tem fronteiras comuns. Imediatamente após a independência angolana, a 11 de Novembro de 1975, a Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC), reclamando o direito à independência do território devido às diferenças culturais e económicas e por historicamente não fazer parte do território de Angola, empreendeu luta de guerrilha visando a libertação.


História recente

Em 1 de Agosto de 2006, foi assinado um "Memorando de Entendimento para a Paz e a Reconciliação da Província de Cabinda", entre o Governo de Angola e o Fórum Cabindês para o Diálogo (FCD). As delegações da negociação eram chefiadas da parte da República de Angola por Virgílio Fontes Pereira, ministro da Administração do território angolano e da parte das populações de Cabinda por General Doutor António Bento Bembe, ex. presidente da FLEC-Renovada ora FLEC-PLataforma, que por imperativos da fusão entre a sua organização política-militar com a FLEC-Fac (do Miguel Estanislau Boma), passou a ocupar os cargos de Secretário-geral, vice-presidente da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC) e Presidente do Fórum Cabindês para o Diálogo (FCD) em representação das populações de Cabinda.



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