quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Mosca Tsé-Tsé/Tripanossomíase

Capturadas milhares de moscas tsé-tsé
O Instituto de Combate e Controlo das Tripanossomíases (ICCT) no Zaire capturou, através de 386 armadilhas, em Agosto último, na comuna do Luvo, 16 mil e 821 moscas tsé-tsé (vector da doença de sono).

A informação foi prestada, em Mbanza Congo, pelo chefe de Departamento do ICCT, Francisco Mayala, quando fazia o balanço da campanha de prospecção activa contra a doença do sono realizada em Agosto deste ano, nos municípios de Mbanza Congo e Nzeto.


Durante a campanha, em que estiveram envolvidos 20 técnicos de saúde, foram notificados seis novos casos da doença do sono, das 11 mil e 678 pessoas que haviam sido prospectadas nessas circunscrições da província do Zaire.


Estes doentes, acrescentou, beneficiam de assistência médica e medicamentosa nos centros de tratamento e diagnóstico da doença do sono instalados nas sedes municipais de Mbanza Congo e Nzeto, respectivamente.


Francisco Mayala sublinhou que, apesar de existir ainda focos da doença do sono em algumas localidades da região, o índice de prevalência desta enfermidade, a nível da província, tende a diminuir consideravelmente.





Doença do sono ou tripanossomíase africana





Para a maioria dos ocidentais, a doença do sono é uma enfermidade obscura e "exótica" que causa sonolência.


Na verdade os sintomas são muito mais severos. Os primeiros sintomas da doença são febre, dor de cabeça e dor nas articulações. Neste estágio, o tratamento é relativamente fácil, mas o diagnóstico é difícil. Mais tarde, quando o parasita invade o cérebro, o estado mental do paciente é alterado: ele desenvolve distúrbios do sono - daí o nome da doença - além de dor intensa, confusão mental e convulsões. Nesta fase, a doença caracteriza-se por sintomas neurológicos que, sem tratamento, resultam em debilitação física, sonolência, coma e morte. Infelizmente, é somente neste estágio que a maior parte dos pacientes infectados procura tratamento. Mas como a doença afeta somente áreas isoladas do centro e do sul da África - onde turistas raramente se aventuram - ela permanece amplamente incompreendida.

Tratamento

A doença do sono é difícil de ser tratada. O isotionato de pentamidina, a suramina, o melarsoprol e a eflornitina estão registrados para o tratamento da doença, mas estes medicamentos são escassos, tóxicos, e enfrentam resistência do parasita.

Prevenção

A doença do sono também pode ser prevenida através de um controle eficaz da mosca tsé-tsé. A fêmea desta mosca produz apenas cerca de 10 larvas durante o seu curto período de vida. Portanto, em teoria, prevenir a disseminação da doença do sono através do controle de moscas tsé-tsé deveria ser uma alternativa eficaz. Os métodos tradicionais incluem a eliminação de arbustos para destruir o habitat da tsé-tsé, e a pulverização com inseticida pelo ar ou sobre o solo. Métodos menos prejudiciais ao meio-ambiente incluem o uso de armadilhas com as chamadas iscas vivas, onde o inseticida é colocado sobre animais domésticos e depois ingerido pela tsé-tsé. A escolha do método de controle depende muito da espécie da mosca tsé-tsé bem como do compromisso e financiamento do governo e/ou da comunidade afetada.

Em 1999, 45 mil casos da doença foram reportados para a Organização Mundial de Saúde (OMS) nestas áreas de África, mas na realidade calcula-se que entre 300 mil e 500 mil pessoas tenham sido de facto infectadas.



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