sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Inocência Mata apresentou colectânea de ensaios

Yara Simão, Jornal de Angola
A professora Inocência Marta apresentou ontem, no anfiteatro da Universidade Católica de Angola (UCAN), os resultados de investigação da sua tese de doutoramento, num livro intitulado “A Literatura Africana e a Crítica Pós-colocial – reconversões”, sob a chancela da Editorial Nzila. O livro que faz parte da Colecção Ensaio, Nº- 40 da Editorial Nzila, comporta 178 páginas e tem uma tiragem de dois mil exemplares. O mesmo foi comercializado no valor de dois mil kwanzas.
No livro são encontrados subtítulos como: “Disposições críticas da contemporaneidade pós-colonial”, “O crítico como escritor: limites e beligerâncias”, “Even Crusoe needs a friday: o universal e o local nas literaturas africanas: uma dicotomia sem suporte”, “A literatura, universo da reinvenção da diferença” e “A invenção do espaço lusófono: a lógica da razão africana” entre outros.
Inocência Mata explicou que a colectânea de ensaios é o resultado de um processo de pesquisas sobre questões de ordem teórica e metodológica no estudo da literatura africana, na qual pretende discutir algumas questões levantadas na sua actividade docente e crítica. A professora diz que o livro a seu ver é mais didáctico. “Pretendo percorrer alguns lugares científicos e erigi-los a temas de minhas reflexões sobre a razão cultural das teorias e conceptualizações adoptadas no estudo das literaturas africanas, intentando a revisitação de algumas disposições conceituais. A reformulação de alguns conceitos por via da análise crítica do discurso e a reposição de algumas problemáticas no estudo das literaturas dos países emergentes – na senda, aliás, do que vem a acontecer também na área das teorias pós-coloniais, desde há alguns anos”.
Luís Kandjimbo, ao prefaciar o livro, afirma que “ao constatar que a dependência das literaturas dos países africanos continua perante as instâncias de legitimação europeia, Inocência Mata pretende chamar a atenção do leitor para as insidiosas leituras que nos são propostas por estratégias hermenêuticas e critérios de apreciação hegemónicos, veiculados através do feitichismo sedutor do livro e da cultura ocidental em geral”.
De salientar que durante a cerimónia, o responsável da Editorial Nzila, apelou aos docentes a publicarem também os as suas pesquisas originais. “As portas da Nzila estão abertas para os docentes desta Universidade que quiserem publicar as suas pesquisas originais. A fila é grande, há que haver paciência, mas é possível realizarmos isto”.
Por dentro da autora
Doutora em Letras pela Universidade de Lisboa, Inocência Mata, é professora na área de Literaturas Pós-coloniais, Multiculturalismo e Dinâmicas Interculturais e Multilinguismo e Políticas Linguísticas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. A sua actual pesquisa em Literaturas Africanas, sua área primordial, centra-se na questão do pós-colonialismo e nos processos de encontro cultural em contextos multiculturais. Professora convidada por muitas universidades estrangeiras, tem dezenas de ensaios publicados em revistas de especialidade nacionais e estrangeiras. É autora de vários livros, entre os quais Emergência e Existência de uma Literatura: o Caso Santomense (Lisboa: 1993), Diálogo com as Ilhas: sobre Cultura e Literatura de São Tomé e Príncipe (Lisboa: 1998), entre outros.
É colaboradora da Biblos – Enciclopédia das Literaturas de Língua Portuguesa (Editorial Verbo) e do Dicionário Temático da Lusofonia (ACLUS – Associação de Cultura Lusófona). É também membro do Conselho Editorial e Consultivo de revistas de especialidade nacionais e estrangeiras.

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