sábado, 6 de setembro de 2008

Eu, a Imprensa OnLine e as Eleições

Vou lendo o AngoNotícias e verifico que em grande destaque, João Relvas da Agencia Lusa, afirma que Luísa Morgantini, chefe dos Observadores da União Europeia diz que Angola violou as leis eleitorais. Passo para a ANGOP e leio que a chefe da Missão de Observadores da União Europeia, Luisa Morgantini, desmentiu informações divulgadas, por certa imprensa estrangeira, segundo as quais a organização das eleições, em Luanda, é "um desastre". Depois de visitar oito assembleias de voto, na capital do país, Luisa Morgantini manifestou preocupação por, na primeira visitada, ao princípio da manhã, ter notado atrasos.
Disse ter estado preocupada com a primeira assembleia que visitou, mas não se referia a todas, considerando que a situação melhorou em todos os lugares por onde passou, nomeadamente Cacuaco, Boavista e Sambizanga.
Para Luisa Morgantini, o processo de votação decorre normalmente, considerando extraordinária a vontade de participação das pessoas no pleito.
"Todos querem votar e há muita gente nos locais de voto", concluiu.
Voltando ao AngoNotícias verifico que já esta manhã a UNITA entregou um pedido de repetição das eleições em Luanda e que a FNLA vai considerar sempre os resultados duvidosos.
Vou saltitando de notícia em notícia, de página em página.
O presidente da CNE afirmou que "Depois de analisarmos o processo, que consideramos ter corrido bem, chegou-se à conclusão que em Luanda deverão abrir aquelas assembleias que não funcionaram e as que não concluíram hoje o seu trabalho por razões logísticas", realçou. Segundo afirmou, esta excepção é possível porque a Lei Eleitoral assim o permite. "O Regulamento da Lei Eleitoral permite-nos realizar o acto num segundo dia de forma excepcional", afirmou Caetano de Sousa.
Abro agora o Apostolado e leio que para além dos atrasos significativos na abertura das assembleias de voto, reina um clima de tranquilidade, tolerância e respeito. Em Luanda, boa parte das assembleias de voto enfrentou dificuldades. Não abriram às sete horas como o previsto e até às 15 horas muitas não o haviam feito. Em muitas faltavam boletins de voto, noutras faltavam os cadernos eleitorais, mesas e outro equipamento ainda. Mesmo no centro da cidade, as assembleias situadas no largo do Kinaxixi (centro da cidade), na Assembleia Nacional e noutros pontos da cidade de asfalto, começaram muito tarde. No vastíssimo Município da Samba, pelo menos contaram-se cinco assembleias nessa situação com os eleitores desde muito cedo a aguardarem pela votação. O mesmo cenário foi visualizado noutras assembleias da periferia de Luanda. Uma das primeiras assembleias a abrir os serviços foi a que actuou na cidade alta, onde votou o presidente da República, Eduardo dos Santos e grande parte dos responsáveis do governo e outras autoridades do estado. A reportagem do “Apostolado” que andou por algumas partes de Luanda constatou algum alvoroço na Samba. “Estamos aqui desde as sete horas da manhã, não tive ainda nenhuma informação e penso ir para a casa porque estou com fome, sede, debaixo de sol e talvez volte mais tarde”, disse Rosa Manuel. Uma outra cidadã, Mariazinha, disse estar desde as sete da manhã na Assembleia de voto. “Outros que estão a sair do Prenda já votaram mas nós aqui não, mas também não estou chateada, vamos mesmo ficar à espera porque nunca votei é a primeira vez e quero experimentar como é que se vota”. Evaldo Celmo afirmou estar também desde as sete horas “e ainda não abriram as urnas e disseram que só abrirão ás 15 horas. Vou votar pela primeira vez e estou ansioso".
Segundo o Apostolado a missão de observação da União Europeia está atenta ao processo. A sua chefe, a italiana Luísa Morgantini, estava de manhã cedo nas ruas de Luanda a observar os atrasos e manifestou-se constrangida com o que aconteceu. “Na abertura das urnas ficamos surpreendidos de certa forma porque há uma série de atrasos, muita confusão, sobretudo em Luanda. Os nossos observadores estão a informar que noutras partes do país está tudo a correr melhor. Aqui até agora há muita confusão e alguma incerteza de como tudo vai correr. Em algumas assembleias não há boletins eleitorais ou têm apenas um para muitas mesas o que provoca muitos atrasos. Vamos ver como tudo vai correr durante o dia porque os atrasos podem ser recuperados”. Por sua vez, a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) veio a terreiro reconhecer os transtornos havidos no começo da votação. "Reconhecemos que a comissão eleitoral de Luanda teve algumas dificuldade no desenvolvimento dos aspectos logísticos, e nós estamos a ajudar para que as assembleias façam o seu trabalho”, disse em conferência de imprensa o presidente Caetano de Sousa ainda durante a manhã. O presidente da CNE, asseverou também que “está em curso um plano de medidas excepcionais para tornar possível que todas as assembleias de voto estejam prontas para que o cidadão possa exercer o seu direito de voto. Apelamos à paciência dos eleitores porque pensamos resolver o problema. O que garantimos é que não haverá a interrupção das assembleias até que todos exerçam o seu direito”. As assembleias de voto continuavam a receber eleitores para além das 18 horas, tempo final estabelecido para a votação, fazendo crer que a mesma pudesse prosseguir por mais algumas horas. Segundo as rádios e a televisão pública com abrangência nacional, no resto do país o processo decorreu normalmente e sem incidentes.
Já mais esclarecido continuo pelo Luanda Digital que afirma que nas duas primeiras horas de votação, Morgantini esteve no Cacuaco e Boavista, duas das maiores áreas residenciais de Luanda, onde observou que nada estava preparado, registando-se nomeadamente a falta de cadernos eleitorais. «É o caos total. Não têm listas dos eleitores, as pessoas não sabem o que fazer», acrescentou a responsável, sublinhando que o pior se passa em Luanda. 8,3 milhões de eleitores vão às urnas, dos quais 21 por cento estão inscritos na capital. As declarações de Morgantini contradizem aquilo que estava a ser veiculado nos últimos dias pelos observadores que entretanto tinham chegado ao país: um recenseamento eleitoral exemplar, um sistema informático dos mais avançados no mundo para a contagem e o processamento dos resultados e um clima geral pacífico. Os eleitores inscritos dispõem de 12.300 assembleias de voto distribuídas pelo país. Em causa estão 220 lugares na Assembleia Nacional, assumindo-se o MPLA e a UNITA como principais candidatos à vitória.
Enfim, Luanda!


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