Disse ter estado preocupada com a primeira assembleia que visitou, mas não se referia a todas, considerando que a situação melhorou em todos os lugares por onde passou, nomeadamente Cacuaco, Boavista e Sambizanga.
Para Luisa Morgantini, o processo de votação decorre normalmente, considerando extraordinária a vontade de participação das pessoas no pleito.

Voltando ao AngoNotícias verifico que já esta manhã a UNITA entregou um pedido de repetição das eleições em Luanda e que a FNLA vai considerar sempre os resultados duvidosos.
Vou saltitando de notícia em notícia, de página em página.
O presidente da CNE afirmou que "Depois de analisarmos o processo, que consideramos ter corrido bem, chegou-se à conclusão que em Luanda deverão abrir aquelas assembleias que não funcionaram e as que não concluíram hoje o seu trabalho por razões logísticas", realçou. Segundo afirmou, esta excepção é possível porque a Lei Eleitoral assim o permite. "O Regulamento da Lei Eleitoral permite-nos realizar o acto num segundo dia de forma excepcional", afirmou Caetano de Sousa.
Abro agora o Apostolado e leio que para além dos atrasos significativos na abertura das assembleias de voto, reina um clima de tranquilidade, tolerância e respeito. Em Luanda, boa parte das assembleias de voto enfrentou dificuldades. Não abriram às sete horas como o previsto e até às 15 horas muitas não o haviam feito. Em muitas faltavam boletins de voto, noutras faltavam os cadernos eleitorais, mesas e outro equipamento ainda. Mesmo no centro da cidade, as assembleias situadas no largo do Kinaxixi (centro da cidade), na Assembleia Nacional e noutros pontos da cidade de asfalto, começaram muito tarde. No vastíssimo Município da Samba, pelo menos contaram-se cinco assembleias nessa situação com os eleitores desde muito cedo a aguardarem pela votação. O mesmo cenário foi visualizado noutras assembleias da periferia de Luanda. Uma das primeiras assembleias a abrir os serviços foi a que actuou na cidade alta, onde votou o presidente da República, Eduardo dos Santos e grande parte dos responsáveis do governo e outras autoridades do estado. A reportagem do “Apostolado” que andou por algumas partes de Luanda constatou algum alvoroço na Samba. “Estamos aqui desde as sete horas da manhã, não tive ainda nenhuma informação e penso ir para a casa porque estou com fome, sede, debaixo de sol e talvez volte mais tarde”, disse Rosa Manuel. Uma outra cidadã, Mariazinha, disse estar desde as sete da manhã na Assembleia de voto. “Outros que estão a sair do Prenda já votaram mas nós aqui não, mas também não estou chateada, vamos mesmo ficar à espera porque nunca votei é a primeira vez e quero experimentar como é que se vota”. Evaldo Celmo afirmou estar também desde as sete horas “e ainda não abriram as urnas e disseram que só abrirão ás 15 horas. Vou votar pela primeira vez e estou ansioso".
O presidente da CNE afirmou que "Depois de analisarmos o processo, que consideramos ter corrido bem, chegou-se à conclusão que em Luanda deverão abrir aquelas assembleias que não funcionaram e as que não concluíram hoje o seu trabalho por razões logísticas", realçou. Segundo afirmou, esta excepção é possível porque a Lei Eleitoral assim o permite. "O Regulamento da Lei Eleitoral permite-nos realizar o acto num segundo dia de forma excepcional", afirmou Caetano de Sousa.

Segundo o Apostolado a missão de observação da União Europeia está atenta ao processo. A sua chefe, a italiana Luísa Morgantini, estava de manhã cedo nas ruas de Luanda a observar os atrasos e manifestou-se constrangida com o que aconteceu. “Na abertura das urnas ficamos surpreendidos de certa forma porque há uma série de atrasos, muita confusão, sobretudo em Luanda. Os nossos observadores estão a informar que noutras partes do país está tudo a correr melhor. Aqui até agora há muita confusão e alguma incerteza de como tudo vai correr. Em algumas assembleias não há boletins eleitorais ou têm apenas um para muitas mesas o que provoca muitos atrasos. Vamos ver como tudo vai correr durante o dia porque os atrasos podem ser recuperados”. Por sua vez, a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) veio a terreiro reconhecer os transtornos havidos no começo da votação. "Reconhecemos que a comissão eleitoral de Luanda teve algumas dificuldade no desenvolvimento dos aspectos logísticos, e nós estamos a ajudar para que as assembleias façam o seu trabalho”, disse em conferência de imprensa o presidente Caetano de Sousa ainda durante a manhã. O presidente da CNE, asseverou também que “está em curso um plano de medidas excepcionais para tornar possível que todas as assembleias de voto estejam prontas para que o cidadão possa exercer o seu direito de voto. Apelamos à paciência dos eleitores porque pensamos resolver o problema. O que garantimos é que não haverá a interrupção das assembleias até que todos exerçam o seu direito”. As assembleias de voto continuavam a receber eleitores para além das 18 horas, tempo final estabelecido para a votação, fazendo crer que a mesma pudesse prosseguir por mais algumas horas. Segundo as rádios e a televisão pública com abrangência nacional, no resto do país o processo decorreu normalmente e sem incidentes.
Já mais esclarecido continuo pelo Luanda Digital que afirma que nas duas primeiras horas de votação, Morgantini esteve no Cacuaco e Boavista, duas das maiores áreas residenciais de Luanda, onde observou que nada estava preparado, registando-se nomeadamente a falta de cadernos eleitorais. «É o caos total. Não têm listas dos eleitores, as pessoas não sabem o que fazer», acrescentou a responsável, sublinhando que o pior se passa em Luanda. 8,3 milhões de eleitores vão às urnas, dos quais 21 por cento estão inscritos na capital. As declarações de Morgantini contradizem aquilo que estava a ser veiculado nos últimos dias pelos observadores que entretanto tinham chegado ao país: um recenseamento eleitoral exemplar, um sistema informático dos mais avançados no mundo para a contagem e o processamento dos resultados e um clima geral pacífico. Os eleitores inscritos dispõem de 12.300 assembleias de voto distribuídas pelo país. Em causa estão 220 lugares na Assembleia Nacional, assumindo-se o MPLA e a UNITA como principais candidatos à vitória.

Enfim, Luanda!
Sem comentários:
Enviar um comentário