sábado, 20 de setembro de 2008

Esquistossomose (3)

A esquistossomose é endêmica em 13 das 18 províncias de Angola o que corresponde a 72,2% do território nacional (RELATÓRIO do MINSA, 2001). Não há dúvida sobre a dimensão do problema em termos de saúde pública, entretanto o grande desafio é o desenvolvimento de intervenções adequadas para enfrentá-lo. Vários autores enfatizam a necessidade de enraizar as ações educativas e o planejamento em saúde em um conhecimento prévio dos fatores sociais e culturais que influenciam a aceitação e participação das populações em um determinado programa. No presente estudo, utilizou-se a abordagem antropológica para investigar as maneiras de pensar e de agir associadas à esquistossomose hematóbica pela população residente no bairro Sassacária, província do Bengo-Angola e com base nessa investigação identificar elementos que possam orientar uma ação educativa na comunidade. A coleta e análise dos dados basearam-se no modelo de Signos, Significados e Ações elaborado por CORIN ET AL. (1989, 1990, 1992ª, 1993b) que foi instrumentalizado através de entrevistas semi-estruturadas. Foram entrevistados 45 informantes chave selecionados entre os habitantes locais. A análise do conjunto de entrevistas nos colocou frente a uma rede cultural de significados interligando idéias sobre manifestações, gravidade, causas e tratamentos e configurando maneiras típicas de pensar e agir frente à esquistossomose hematóbica. Ela apontou também a necessidade de implementação de programas educativos junto à comunidade estudada e, ao revelar um universo de maneiras típicas de pensar e agir dessa comunidade, apontou também algumas diretrizes para a construção desses programas.

AMA 2007;16(2)
(1) Mestre em Ciências de Saúde, Assistente da Faculdade de Medicina, no Departamento de Ensino e de Investigação de Saúde Pública, Universidade Agostinho Neto.
Fonte:
http://66.102.9.104/search?q=cache:qg2keqymnQ0J:www.fmuan.ao/resumoama2.html+esquistossomose+angola&hl=pt-PT&ct=clnk&cd=1&gl=pt

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