terça-feira, 23 de setembro de 2008

Escritores Angolanos - JOSÉ LUÍS MENDONÇA

José Luís Mendonça nasceu a 24 de Novembro de 1955, no Golungo Alto, província do Kwanza Norte.
Jornalista e poeta, é funcionário do UNICEF Angola, onde exerce actualmente as funções de assistente de informação.
Podendo ser considerado o mais vigoroso produtor de rupturas no plano formal naquilo que é a novíssima poesia angolana, preenche igualmente os requisitos para ser um dos mais inovadores poetas da Geração de 80, a chamada Geração das Incertezas.
Inscreve-se numa das quatro tendências em que podemos analisar a poética dessa geração, caracterizando-se particularmente pelo rigor e intencionalidade na construção de metáforas e pela associação de sentidos, quando é confrontado com a necessidade de propor uma verdadeira linguagem poética.
Escreve para diversos órgãos de imprensa angolanos e tem participado em vários festivais internacionais de poesia.
Figura em antologias de poesia angolana publicadas no Brasil e Portugal. É membro da União dos Escritores, desde de 1984.
Publicou seis livros de poesia:· Chuva Novembrina (1981, Prémio de poesia Sagrada Esperança, INALD,1981);· Gíria de Cacimbo ( Prémio Sonangol de Literatura, União dos Escritores Angolanos, 1986); · Respirar as Mãos na Pedra ( Prémio Sonangol de Literatura, União dos Escritores Angolanos,1986);· Quero Acordar a Alva (Prémio de Poesia Sagrada Esperança,ex-aequo, INALD,1996);· Logaríntimos da Alma- Poemas de Amar, (União dos Escritores Angolanos,1998);· Ngoma do Negro Metal (Edições Chá de Caxinde, 2000)

Chuva novembrina
Chuva-chuva doce chuva
entra no meu coração
doce chuva solitária.
Contigo eu remanso a noite
desce a noite e desces tu
doce chuva mãos de mulher
afagando o bolor do sofrimento.
- Vem doce teta de chuva.
(Chuva novembrina)
_"_
Também tu, mulher...
Também tu, mulher, és uma riqueza
para a minha alma amargurada.
Dás-me saúde e alegria, vontade de viver
coisas tão simples e boas como a verdade.
Demais só de pensar-te o meu olhar se ilumina
e todo o meu corpo se eletriza
com o calor subindo do meu sexo.
Assim te procuro atento na selvagem cidade
viajante errante nos caminhos da vida
como busco o pão, a casa e a flor.
(Chuva novembrina)
_"_
Subpoesia
Subsaarianos somos
sujeitos subentendidos
subespécies do submundo
subalimentados somos
surtos de subepidemias
sumariamente submortos
do subdólar somos
subdesenvolvidos assuntos
de um sul subserviente
(Chuva novembrina)

de: http://www.nexus.ao/kandjimbo/jose_luis_mendonca.htm

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