segunda-feira, 7 de abril de 2008

Novo comentário em Por uma Luanda melhor. (2)



Anónimo deixou um novo comentário na sua mensagem "Por uma Luanda melhor":

Conacry,10 de agosto de 1961 Ref. 383/21/61

Hugo Azancot de Menezes

Recebida aos 24/08/61


Caro Hugo

Estimamos que tu e a tua fam�lia tenham feito uma excelente viagem e que voc�s todos gozem de boa sa�de.

Diz-nos urgentemente de que necessitares a�. Estamos aqui para servir da melhor maneira.
1-Junto te envio copia de uma carta que o director do EXPRESSEN dirigiu ao bureau da CONCP.
Pelos vistos j� est�o a caminho de L�opoldville 3 toneladas de medicamentos, de medicamentos ,os quais se destinam a CVAAR.
Achamos que � muito importante reter a seguinte passagem da carta do director do EXPRESSEN: � Nos remede sont a leur disposition, mais s`ils n`arrivent pas a L�o ces temps -ci les remede seront distribu�s aux infirmeries au long de la frontiere.

Se for poss�vel ,� muito conveniente que te apresentes urgentemente ao M. Gosta Streiffert , coordenador em chefe da ac�o em favor dos refugiados angolanos no congo.

Os fins da tua visita ao Streiffert dever�o ser os seguintes:

a) Garantir- lhe a pr�xima chegada ao Congo de mais dois m�dicos angolanos. ( Com efeito, o ministro da sa�de deste pa�s acaba de dizer ao Eduardo que ele pode partir quando ele quiser .Em face disso, � quase certo que o Eduardo e o Boavida partir�o no pr�ximo barco, ou mesmo antes, de avi�o.

b) Avisar ao Streiffer que os tr�s m�dicos angolanos -
- Tu ,Boavida e Santos -,que estar�o a� certamente antes da chegada dos medicamentos, est�o prontos a entrar imediatamente em actividade com os medicamentos enviados da Su�cia pelo EXPRESSEN.

c) Deixar boa impress�o ao Streiffer . Para isso, recomendaremos -te um trato o mais diplom�tico poss�vel e a maior circunspec�o poss�vel . � fundamental que, depois do teu encontro com o Streiffer , este n�o fique com a impress�o de que a vossa actividade vai constituir uma esp�cie de concorr�ncia as fun�es dele e a actividade da liga das sociedades da cruz vermelha para o Congo.
Pelo contrario.
d) Sondar , habitualmente , a opini�o �ntima do Streiffer sobre a vossa futura presen�a junto dos refugiados . Tentar saber se h� influ�ncias, opostas a actividade da CVAAR , na pessoa do Streiffer e dos seus colegas.

e) Deixar em toda gente a convic�o firme de que a actividade da CVAAR ser� humanit�ria e apol�tica . Quero, no entanto, lembrar-te quee a melhor maneira de impor a ideia de que a CVAAR � apol�tica n�o consiste em declarares que ela � � apol�tica�, mas sim em mostrares um interesse humano, m�dico, por todas as v�timas da guerra. Quero dizer: o apoliticismo da CVAAR ser� inculcado no esp�rito dessa gente de maneira indirecta: atrav�s das tuas atitudes e do teu interesse humano e de t�cnico pelos doentes v�timas dos acontecimentos de Angola.

Fala pouco e ouve muito. � pela bouca que morre o peixe.
f) � fundamental que, depois do Streiffer te conhecer , deixes neste indiv�duo uma esp�cie de compromisso de consci�ncia que o impe�a de dar os medicamentos um outro destino diferente ,sem primeiramente te consultar.
2- O Aquino Bragan�a vai enviar-te de Rabat o original da carta do director do EXPRESSEN . Em caso de necessidade , essa carta poder� servir de tira-teimas sobre o destinat�rio dos medicamentos.
Tudo faremos para que dentro de dias o Eduardo e o Am�rico estejam a�.

3)- Diz-nos urgentemente se a War ON Wait j� transferiu o dinheiro para a�. Tenho insistido com o CABRAL para que isso se realize o mais depressa poss�vel . Mas achamos estranho que o CABRAL n�o tenha, at� hoje, acusado a recep�o da vossa carta para a WAR ON WAIT.

Achamos conveniente que, logo que chegues ao Congo , escrevas ao CABRAL informando-o de que j� estas a� e que outros m�dicos chegar�o dentro de dias .
Sa�de para a tua fam�lia e para ti.
Coragem , bom trabalho e prud�ncia!

P.S.- O original desta carta ,envi�mo-la , nesta mesma data , � nossa caixa postal de Brazzaville.

VIRIATO DA CRUZ


Publicada por Anónimo em Pensar e Falar Angola a 7 de Abril de 2008 16:12

4 comentários:

Anónimo disse...

CORPO VOLUNTÁRIO ANGOLANO DE ASSISTÊNCIA AOS REFUGIADOS
(C.V.A.A.R.)

B.P.856, LÉOPOLDVILLE

5 de Outubro de 1962


Dr. Hugo de Menezes
Bureau of African Affairs
P. O. BOX M24

ACCRA

GHANA


Caro compatriota,
Estamos a enviar-lhe cópia da resposta à carta em que nos pediam um endeeço em Ghana para onde mandar medicamentos para os refugiados angolanos. Esperamos que não seja muito difícil remeter depois o estoque para LÉO.

Pelo despacho nº 5781 de 2 de Outubro do primeiro Burgomestre de Léopoldville, o C.V.A.A.R tem já autorização oficial a partir de 10 de Setembro de 1962. Junto enviamos-lhe a credencial para actuar aí na medida do possível.
Continua a aumentar o número de refugiados e há uma falta enorme de medicamentos tanto nos dez postos actuais (LUALI, MOANDA- BANANA, BOMA, MATADI, SONGOLOLO, MOERBEKE, LUKALA, KINDOPOLO, KIMPANGU e MALELE) como no dispensário central. A segunda turma do curso de enfermagem começa no dia 8 deste com 42 alunos insoritos. Há quase mil crianças e adultos a frequentar já e inscritos nas campanhas de escolarização e alfabetização lançadas pelo C.V.A.A.R. Precisamos de dinheiro para transportar os medicamentos, etc., à fronteira, manter os enfermeiros e alunos, livros, etc.
Para qualquer coisa que precisar daqui, eis -nos ao seu dispor .
Cordialmente,
Deolinda Almeida

Anónimo disse...

é um testemunho muito importante para a verdade histórica .
Não é fácil realizar uma pesquisa desta envergadura.
Não podemos deixar de apontar um certo subjectivismo pró -VIRIATO da parte do DR Edmundo Rocha por ter sido seu admirador real fã
É um testemunho que terá cada vez mais valor pela pessoa do Viriato pela coragem do DR Edmundo Rocha em ter reconstituído parte da trajectória desta figura impar do nacionalismo Angolano.
A subjectividade por parte é redutora de certos realismos e declara ao longo desta exposição correntes ideológicas incompatíveis cujos contornos poderiam não ser reflexo de melhor visão estratégica para a o futuro do partido.
Ainda é muito cedo e a medida que os anos vão passando os fatalismos têm que ser bem ponderados.
Os subjectivismos aliados a jogos de poder condicionam muito as abordagens.
Os favoritismos políticos aliados a certas compensações de carácter literário muitas vezes denunciam jogos de contra poder que podem ser ajustados com o tempo.
O maior ou menor contributo histórico deve resultar de perspectivas honestas. Só
Com o tempo e a confrontação do percursos dinâmicos de cada interveniente deste patamar se poderá postular sobre grandes teses.
A desonestidade aliada a recursos alternativos de sucesso bibliográficos e alianças ,muitas vezes desvirtuam o verdadeiro carácter da honestidade histográfica.
O ideal não será ajudar ou travar o percurso histórico dos correligionários para projectar livremente certas obras,mas sim permitir uma maior confrontação para enrriquecer e fortalecer o projecto comum.

Anónimo disse...

O problema da maioria absoluta é uma realidade ou uma miragem?
Cada cidadão, grupo ou formação fazendo parte deste brilhante mosaico fará um juízo sobre a futura delegação governativa imbuída de legitimidade.
O maior ou menor reconhecimento e merecimento do sufrágio será um prémio de distinção pela prestação e garantia de estabilidade e desenvolvimento.
Qualquer actor configura-se como elemento chave e potencial neste período crítico.
As experiências , garantias e oportunidades terão que ser tomados em conta para avaliar as melhores opções neste julgamento eleitoral.
Naturalmente que muitos factores de natureza psicológico influenciados pelo marketing político ,por uma historia de grande respeitabilidade ,e uma perspectiva de futuro global sedimentada numa ideia de cidadania sem esquecer de considerar as várias componentes de riqueza serão indispensáveis para gerar impulsos decisivos para a escolha mais acertadas.
Todos esses factores associados a uma liderança consensual definirão a razão da escolha.
As garantias serão capacidade da activação e da optimização recursos em prol de uma melhor qualidade de vida cada mais refém do mundo globalizado.
As prioridades nacionais face aos constrangimentos induzidos pelo homem ou oriundos de situações anómalas não podem deixar de ser uma realidade.
Os exemplos de bravura , distinções em várias áreas e de referências tanto políticas ,económicas e tecnológicas têm que ser equacionados.
Só desta forma multifacetada os seus beneficiários poderão acrescer valor ,ambição e poder.

Unknown disse...



1) Anos 50: http://africadocch.letras.ulisboa.pt/anos-50/

2) Anos 60: http://africadocch.letras.ulisboa.pt/anos-60/

3) CVAAR: http://africadocch.letras.ulisboa.pt/cvaar-corpo-voluntario-angolano-de-assistencia-aos-refugiados/

4) Fotografias: http://africadocch.letras.ulisboa.pt/fotografias/

5) Página principal HAM: http://africadocch.letras.ulisboa.pt/hugo-azancot-de-menezes-1928-2000/


Mon père nommé Hugo José Azancot de Menezes fût politicien depuis le Portugal où il a terminé ses études universitaires comme médecin. Là il débute sa trajectoire politique et aussi hérité de l'esprit de son père qui fût le premier noir santomense a subir la formation en médecine et especialiser en obstétrique. Son père se nommait Ayres sacramento de Menezes qui est mort en Angola. Mon père fut un des fondateurs du MPLA parmi les six. Son parcours commence au Portugal, Londres, Guinée Conacry a l'aide de Sékou Touré. Il faut médecin de sékou Touré et famille. Ensuite le Congo Kinshasa entre 1960 et 1962, Ghana à l'aide de Nkrumah. Craie l'émission on langue portugaise et avec le coup d'état a Nkrumah fuit au Togo et ensuite vas au Congo Brazzaville. Avec l'indépendance de l'Angola il rentre dans de Pays. En Guinée Conakry avec l'aide de Sékou Touré il rassemble les premiers membres qui dont il fait part qui constitue le premier comité directeur et chez luis en Guinée Conakry que le MPLA , mouvement populaire de libération du MPLA est fonder. Au Congo il fut médecin a BOKO entre 67 et 68. Ensuite a travaillé à DOLISIE et pour fin a Brazzaville a l'hôpital général. Il était três amis a monsieur Henri Lopes depuis le temps de ugean à Paris. A DOLISIE e Brazzaville comme médecin et politiciens fut beaucoup d'amitiés. A Boko il avait des très grands liens Avec Massamba Débat et beaucoup d'autres intellectuels et populations. Le butin documentaire de mon père est composé de 2500 documents liés à sa carrière politique et d'environ 80 lettres de son père Aires do Sacramento de Menezes. Ces documents ont été prêté à l'université de lettre à Lisbonne, Portugal pour pouvoir construire le. Site.


named Hugo José Azancot de Menezes was a politician from Portugal where he completed his university studies as a doctor. There he began his political career and also inherited the spirit of his father who was the first black Santomense to undergo training in medicine and specialize in obstetrics. His father was named Ayres sacramento de Menezes who died in Angola. My father was one of the founders of the MPLA among the six. His journey begins in Portugal, London, Guinea Conacry with the help of Sékou Touré. We need Sékou Touré and family's doctor. Then Congo Kinshasa between 1960 and 1962, Ghana with the help of Nkrumah. Chalk the program in Portuguese language and with the coup d'etat has Nkrumah flees to Togo and then goes to Congo Brazzaville. With the independence of Angola it returns to Country. In Guinea Conakry with the help of Sékou Touré he brings together the first members who he is part of which constitutes the first steering committee and at his home in Guinea Conakry that the MPLA, popular liberation movement of the MPLA is to found. In the Congo he was a doctor at BOKO between 67 and 68. Then he worked at DOLISIE and finally in Brazzaville at the general hospital. He was very friends with Monsieur Henri Lopes since Ugean's time in Paris. In DOLISIE e Brazzaville as doctor and politicians was a lot of friendships. In Boko he had very strong links with Massamba Débat and many other intellectuals and populations. M'y fathers documentary booty ,consisting of 2,500 documents related to his political carrer and around 80 lettres from his fathers Aires de Sacramento de Menezes.