quinta-feira, 17 de abril de 2008

Resposta à Opinião de António Barreto


AMIGOS, recebi de uma querida amiga esta carta que quero divulgar:

Olá ....,

A propósito do e-mail que me enviaste - o artigo do António Barreto sobre o livro que saiu sobre Angola - não posso deixar de chamar a tua atenção para o facto de o Barreto ter responsabilidades suficientes para não se deixar enrolar com a carta atribuída ao Rosa Coutinho, que é uma falsificação grosseira. Como sabes eu vivia em Angola nessa altura e permaneci lá até Maio de 1980.

Em primeiro lugar nunca foi política do Agostinho Neto aterrorizar populações brancas, pelo contrário, fez o que pôde para que não se fossem embora. Aliás, se falares com retornados da época todos reconhecem que vieram por causa da guerra que entretanto estalou e não porque tivessem sido incomodados pelo MPLA.

Em segundo lugar, o senhor que publicou o livro esteve preso na mesma cadeia em que eu estive, (entre 8 de Junho e Outubro de 1977 e depois entre 8 de Junho de 1978 e princípio de Agosto de 1979) e pelo pouco que já li do livro (ainda não o comprei) é pouco rigoroso.

Em terceiro lugar, é mais do que óbvio que a carta atribuída ao Rosa Coutinho é uma falsificação:

a) O timbre do governo no papel não tinha ondulações, que só existem porque foi escrito numa (má) máquina de escrever.
b) Se reparares em muitas frases chave do texto, as rasuras são evidentes
c) Quem conhece o Rosa Coutinho sabe que ele não é um primário e que não pensa, nem nunca pensou, o que está escrito na carta;
d) Sabe também que quem pensa assim não o escreve daquela forma, a menos que seja completamente estúpido, o que também sabemos não ser o caso;
e) O documento é obviamente uma peça da contra-informação sul-africana da época, reaccionária e racista.

Conclusão: Convém manter alerta o espírito crítico acerca do que nos entra pelos olhos dentro.

Beijinhos,
(assinado porém apagado por mim)
Penso eu que a referida carta do Almirante Rosa Coutinho veio publicada numa publicação de Joanesburgo, dedicada à emigração. Portanto, é mais que evidente ser uma 'provocação' da secreta sul africana para incendiar ânimos. (isto pensou JCCarranca)

Pensar e Falar Angola

Sem comentários:

vida é obra

Dr. Agostinho Neto