segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Lito Vidigal - Seleccionador Nacional de Futebol

Que novidade traz Lito Vidigal?

Lito Vidigal chega hoje e será apresentado oficialmente no sábado, segundo uma fonte da Federaçao Angolana  de Futebol.De 41 anos, Vidigal vai orientar os Palancas Negras no CHAN, em Fevereiro, ao contrário do que estava previsto. 
Zeca Amaral deixa assim mais cedo a equipa para assumir o Recreativo do Libolo. Vidigal terá um salário mensal de 25 mil dólares, o mesmo proposto a  Zeca Amaral, mas que este recusou.
Expectativa Que sonhos pode vender Lito Vidigal? Pelo tempo de contrato que vai assinar com a Federação Angolana de Futebol (FAF), dois anos, o subsTeixeira Cândido  tituto de Zeca Amaral só tem um caminho: qualificar a equipa nacional para o CAN do Gabão em 2012.
Depois disso, será necessário discutir os objectivos nessa competição, face à qualidade de jogadores disponíveis e a situação financeira da Federação Angolana de Futebol (FAF). O ideal seria que a FAF definisse já o objectivo, antes mesmo dos Palancas Negras começarem a jogar as eliminatórias qualificativas para o CAN do Gabão. Essa realidade só é possível numa instituição organizada, o que não é o caso da FAF, segundo acusação de ex-seleccionadores.
A Federação Angolana de Futebol vive assustada pela fuga cíclica de treinadores (já lá vão quatro). Embora haja quem esteja a sair por razões salariais, caso de Zeca Amaral.
A situação de desorganização na FAF,  muito aflorada por Hervé Renard nas suas entrevistas, depois de abandonar os Palancas Negras, já leva muito tempo, beneficiou inclusive de um estudo-diagnóstico, feito pelos membros da FIFA no quadro do projecto “Goal”.
Indicaram-se as soluções, quase nenhuma foi posta em prática. No plano administrativo recomendavase a revisão da estrutura orgânica e nomeação de níveis de gestão de suporte ao secretário-geral, nomeação de um director técnico, nomeação de um director de administração e finanças, nomeação de secretários/ delegados nas Associações Provinciais em tempo integral e acções de formação contínua.
Recomendava-se ainda que se tornasse efectivo o funcionamento do Departamento de Marketing e Relações Públicas e a nomeação do respectivo director. No Plano desportivo o estudo considerou que se deveria priorizar programas de promoção e desenvolvimento do futebol jovem de forma a elevar o índice nacional de jogadores jovens sobre os séniores de 2,2, em 2001/2003 para 5/6 em 2008, ao mesmo tempo que se normalize o controlo de idades.
Maximizar o volume da competição, de forma a oferecer aos atletas e equipas representativas os melhores índices de desempenho nas provas internas e externas em que participem e organizar a primeira liga Nacional de Futebol em 2006, também constavam das recomendações.
Em resumo: reforçar a estrutura organizativa da FAF com quadros profissionais nas posições-chaves, de forma a garantir capacidade executiva efectiva, uma gestão sóbria e controlo de execução eficaz dos objectivos técnicos e de desenvolvimento proposto.
Estudar com as estruturas governamentais centrais e locais os projectos para reabilitação das infraestruturas existentes e a criação de outras para o suporte aos projectos de massificação.
Concluir o levantamento dos treinadores, árbitros, dirigentes e demais agentes do futebol e promover campanhas para sua formação e desenvolvimento em função das metas estabelecidas. E concluir a base de dados do futebol a nível nacional.
A direcção liderada por Justino Fernandes propunha-se também a alcançar, com estas medidas, as seguintes metas: reorganização da competição sénior, lançar a primeira e segunda ligas, obrigar os clubes dessas competições a terem escalões de sub-20 e 17, participar no CAN de sub-17 em 2007, Jogos PanAfricanos, Olímpicos; participar nos torneios da FESA e alguns regionais.



Os frutos Seis anos depois desse estudodiagnóstico, os resultados alcançados pela Federação Angolana de Futebol assentam sobretudo na participação dos Palancas Negras no CAN do Egipto e Mundial da Alemanha, em 2006, no Ghana2008 e em Angola2010.

Os resultados conseguidos foram, nos CAN´s, a qualificação para os quartos-de-final, e no Mundial ficou-se na fase de grupos. Depois do CAN2010, começou a crise da fuga de treinadores.
Manuel José, até então treinador do Al Ahly, foi contratado para superar os quartos-de-final alcançados por Oliveira Gonçalves em 2008, com um orçamento jamais colocado à disposição dos Palancas Negras: 21 milhões de dólares. Resultado, os Palancas Negras não conseguiram ir além dos quartos-de-final e o treinador português, Manuel José, demitiu-se, acusando alguns dirigentes da Federação Angolana de Futebol de arrogantes.
Seguiu-se a contratação de Hervé Renard, treinador a quem foi atribuído um programa de longo prazo (aliás dois anos) de reestruturação do futebol nacional, com maior incidência para a renovação dos Palancas Negras e a estruturação do futebol jovem. Seis meses depois, o treinador francês abandonou o cargo, invocando desorganização na FAF e incumprimentos contratuais.
Com a sua saída, foi-se o programa de reestruturação do futebol jovem, que não chegou sequer a começar, pois estava-se na fase de pesquisa de talentos, bem como a renovação dos Palancas Negras, cuja maioria dos jogadores experimentados e de qualidade está no final das respectivas carreiras, nomeadamente Flávio Amado, Kali, Gilberto, André Makanga, Yamba Asha e Love Cabungula.
O substituto de Renard, Zeca Amaral também está de saída por não concordar com o salário proposto pela Federação Angolana de Futebol (FAF): 25 mil dólares. Não chegou a traçar qualquer projecto de renovação dos Palancas Negras nem, tão pouco, os sub-17 ou sub-20.
Volvidos quatro meses desde a saída de Hervé Renard e dos seus adjuntos, que coordenavam o futebol jovem, a selecção Olímpica está sem treinador principal. Miller Gomes, até então adjunto do treinador francês, tem sido o responsável pela preparação desta selecção, com vista ao apuramento dos Jogos Pan-Africanos e Olímpicos.
Em relação ao plano administrativo, a FAF conseguiu nomear um director para o Marketing (único funcionário aliás), mas este departamento não funciona eficazmente, tal como toda estrutura administrativa.  Nunca conseguiu nomear um director técnico, nem níveis de gestão de suporte ao secretário-geral, além das selecções de Sub-17 e 20 não terem se qualificado para os CAN´s da categoria desde 2005.


Teixeira Cândido
10 de Janeiro de 2011



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