sábado, 16 de junho de 2007

O Pensador

A peça designada Pensador, é uma das mais belas esculturas de origem Tchokwe, constituindo hoje uma referencia cultural inerente a todos os angolanos, visto tratar-se do Símbolo da Cultura Nacional. Olhando para esta escultura, misturam-se os sentimentos mais diversos e, tentar exprimir a emoção que ela provoca, a estética que lhe é intrínseca, sugere interrogar como admirá-la: se com olhar de alguém endógeno ao grupo que assumiu como símbolo da sua cultura, ou se admirá-la como alguém capaz de livremente interpretar a sua estética e tecer opiniões a respeito.

As premissas interligam-se e prevalece a importância de perceber o Pensador no seu contexto, não perdendo de vista que, quanto melhor se conhece esta peça, melhor se poderá falar dela e novos elementos de análise vão surgindo.

Ela representa a figura de um ancião, que pode ser uma mulher ou um homem. Concebida simetricamente, face ligeiramente inclinada para baixo, dimana um subjetivismo intencional.
Em Angola, os idosos ocupam um estatuto privilegiado. Eles representam a sabedoria, a experiência de longos anos, os conhecedores dos segredos da vida.

A dinâmica emprestada a esta peça reflete o alto conhecimento e a intenção estética do seu autor(anónimo), que foi capaz de lhe conferir o equilíbrio do gesto calmo, tranquilo, sereno e a harmonia da mensagem mais ou menos enfatizada na utilização dos espaços abertos e fechados, de tal maneira humanizada, que acreditamos por isso estar em presença de uma das mais belas obras de arte jamais concebidas.

Na sua expressão, podemos ainda ver retratados as tensões, o ritmo, o movimento que a referencia à sua escola criadora - A Escola Tchokwe - escola tradicional desenvolvida ao longo de muitos séculos.


Pensar e Falar Angola

3 comentários:

Terra disse...

Pois é... mas o Pensador é uma invenção que não corresponde à verdade. Hoje, em Angola, está-se a tentar apagar essa designação ne todo o folclore que existe à volta dela.
(No Museu Nacional de Antropologia junto desta peça está uma explicação a chamar a atenção do público para estes aspectos)
De facto, ela nasceu como peça de artesanato por encomenda colonial, onde se pediu para se ampliar um pequeno tuphele, que é uma das peças do Ngombo ya Cisuka ou um dos cestos de adivinhação usados pelo Tahi ou adivinho entre os Tucokwe.
O seu verdadeiro nome é Kuku ou Samanyonga.

João Carlos Carranca disse...

Por esta observação já valeu a pena colaborar neste blog. Só assim pode haver CULTURA.
Obrigado - PWHO

Anónimo disse...

EXATAMENTE O NOSSO PENSADOR É UMA OBRA DE ARTE SEM IGUAL NA QUAL PODE SER INTERPRETADA DE DIFERENTES MANEIRAS.