A medicina tradicional angolana (MTA) tem aproximadamente cerca de 4000 anos de existência e tem origem na cultura dos Sam (hotentes) e bantu maioritariamente. Remonta às comunidades tribais da sociedade primitiva angolana. A sua teoria básica surgiu da observação empírica das relações do homem com o meio ambiente. O homem primitivo, observando os fenômenos que ocorrem na natureza conseguiu criar uma estrutura conceitual filosófica, que permeia até aos dias actuais a cultura angolana. Todo esse conteúdo filosófico foi transposto para o corpo humano, dando origem aos conceitos filosóficos da teoria básica da medicina tradicional angolana (MTA).
Antes da chegada dos europeus, ao território que, passou formalmente a chamar-se Angola, depois da Conferência de Berlim de 1884-85, que ocorreu (8 séculos depois da chegada dos bantu e quatro séculos depois da chegada de Diogo Cão), já habitavam ali vários povos: hotentotes, bantu entre outros. Esses povos, como todos os outros povos do mundo, também tinham problemas de saúde, desde pestes, epidemias, doenças incuráveis, doenças espirituais e emocionais, bem como tantas outras, que surgiam nas comunidades, pelo contacto com os estrangeiros que ali aportavam para melhorar as suas economias, com as riquezas de Angola.
Sem contar com apoio da ciência, da medicina ocidental e suas estruturas, fundos internacionais, formação universitária e sem pretensão ao exercício da medicina, os Imbanda (curandeiros), eram capazes de diagnosticar, prevenir, tratar e curar as doenças próprias da época, hereditárias ou não. Era obrigatória após o parto, a conservação do cordão umbilical na almofada do bebê, para mais tarde ser usado em tratamentos, caso surgisse alguma doença inesperada.
Obs: a palavra Imbamda, singular quimbanda, otyimbanda, significa curandeiros.
Para os desinformados, os Imbanda, não são feiticeiros. A diferença entre feiticeiros e Imbanda: os primeiros lidam com forças do mal que eles mesmo manipulam contra suas vítimas e são uma constante ameaça à população. Os segundos, são chamados de Nzambi (Deus) para salvar as vítimas dos feiticeiros e cuidar da saúde pública, através de métodos naturais e sobrenaturais, orientados pelos ancestrais divinizados. Durante 300 anos a maioria foi levada para a escravatura em vários países do mundo, e ali, dedicadamente, asseguraram a saúde aos escravos nas sanzalas, no Brasil e pelo mundo fora, onde os angolanos serviram como escravos.
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