Gosto do Artur Pestana - PEPETELA, como Homem, como Angolano, como escritor. E não preciso que venham alguns escribas, mesmo lá da minha terra planáltica, dizer que este kota afinal não é assim tão bué como pensamos. Contas de outras histórias mais poéticas e mais patéticas.
Pepetela acaba de nos presentear estes Contos de Morte que mais não são de que alguns contos que percorreram muitos anos. E apesar de tantos tempos conturbados o Mundo continua a andar à roda e a confundir todos.
Mia Couto, outro grande vulto da escrita africana de língua oficial portuguesa, aquando da entrega do Prémio holandês Prinz Klaus ao conjunto da obra de Pepetela em 1999, afirmava que "os seus grandes romances sugerem uma continuidade entre gerações, uma harmonização de diferenças numa mesma tonalidade. Esta urgência de pertença, esse contorno que contém e esbate diferenças é, afinal, Angola. A ideia de angolanidade está presente em toda a sua obra mas de forma tão natural que não a condiciona do ponto de vista literário. Pepetela está a escrever não sobre Angola. Ele está escrevendo Angola, essa que há mas que ainda não existe, a sonhada e a geradora de sonhos".
Estes Contos reflectem também o pensamento de Mia Couto mas são sobretudo o reflexo das realidades focadas e vividas numa Angola criada pelos próprios angolanos.
Pensar e Falar Angola
sábado, 10 de maio de 2008
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