sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Document'ario

Os participantes na conferência sobre "A Linguagem Indesmentível do Documentário", apresentada na segunda-feira, no Cine Nacional, pelo jornalista Francisco Pedro, são da opinião que este tema deve ser divulgado nas universidades devido aos aspectos de ordem didáctica de que se reveste.
Segundo o actor Felisberto Filipe, o tema é muito importante e devia ser apresentado aos estudantes do curso de Comunicação Social. Além disso, afirmou ter notado que o conferencista detém muitos conhecimentos no campo do cinema documental, devendo estruturá-los em vários módulos para melhor os transmitir.
Esta opinião foi corroborada pela linguista e mestre em Crítica de Teatro, Agnela Barros, cuja presença nas actividades da Trienal tem sido frequente, e que sugeriu que o conteúdo da conferência seja adaptado para um curso.
A conferência teve uma audiência de 85 alunos do Instituto Médio Industrial "São Domingos", e de alguns realizadores da nova geração. Foi moderador o historiador Filipe Vidal, que lecciona as disciplinas de História da Arte e de Antropologia Cultural na Escola Nacional de Artes Plásticas. O conferencista cingiu a sua comunicação à necessidade de se preservar a linguagem única dos documentários factuais, enquanto veículos de registo da realidade actual e das suas mudanças.
O orador, que é também jornalista do Jornal de Angola, dedica-se à produção e realização de documentários desde 2001, depois de ter recebido o curso de Introdução à Linguagem e Técnica Audiovisual, oferecido pela Cena Lusófona, em Luanda.
Um dos objectivos da palestra foi o de chamar a atenção da sociedade para a importância deste género cinematográfico, particularmente nesta fase de constantes mudanças que a sociedade angolana vive.
Francisco Pedro, que já foi assistente de produção dos documentários "Che" e "Arquitectura de Vasco Vieira da Costa", acrescentou que há muitas mudanças a acontecerem na cidade e no meio rural que precisam de ser registadas. 
Como complemento, foram exibidos extractos dos documentários "O Ritmo do Ngola Ritmos", de António Ole, "Che em Angola", de Florian Fernandez, "Reconstrução Nacional na Agricultura", de Leonel Efe, e "Reportagens sobre as Eleições de 1992", produzidas por cadeias de televisão estrangeiras e nacional.
Ontem, o Cine Nacional acolheu mais um desfile de moda, com as estilistas Selma Ribeiro, Luci Campos e Gabi Duvala. Para amanhã está prevista a performance "Zuela Hungo", pelo grupo Abada Capoeira, que funde música com jogos acrobáticos onde o hungo comanda e nos leva ao passado.

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