sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Espontaneidades da minha alma

"Espontaneidades da minha alma. Às senhoras africanas". Loanda: Imprensa do Governo, 1849. 140 p. - o primeiro livro de poemas africano de língua portuguesa, impresso em Angola.
(a imagem será publicada em breve)

O autor é José da Silva Maia Ferreira, angolano, mestiço, descendente de europeus e nascido em Benguela, homem de certa cultura, conhecendo o latim e o francês
Este livro foi descoberto pelo professor Gerald Moser da Universidade da Pensilvânia na colecção de livros raros da Biblioteca Pública de Nova Iorque.
Angola foi a segunda colónia portuguesa a dispor de uma tipografia, criada em cumprimento do decreto de 7 de Dezembro de 1836, da Rainha D. Maria II de Portugal.

(…)”Às senhoras africanas, não se cansa de cantar a terra onde nasceu, dizendo das suas conterrâneas serem: donzelas de planta mui breve, /Mui airosas, de peito fiel./ Seu amor é qual fonte de prata/Onde mira quem nela se espelha/ A doçura da pomba que exalta, /A altivez, que a da fera semelha.(…)"(1)
Maia Ferreira visitou o Brasil ao longo de alguns meses… nessa altura, “(…) a sua terra vivia no desespero das febres que assolavam adultos e raras crianças poupavam vivas. Mas: apesar da ruindade de uma tal vivenda, mui grosso é o trato mercantil desta pequena cidade: ali concorrem muitos navios da Europa e da América (e por vezes alguns da ilha de Santa Helena) a resgatar urzela, marfim, cera, goma copal, enxofre, courama, azeite de palma e de amendoim, gado, mantimentos e muitos outros produtos que afluem àquele mercado dos sertões do interior (não esquecendo os estimados passarinhos de que se faz tamanha exportação) a troco dos quais os moradores se abastecem de objectos de comodidades e de luxo de todas as partes do mundo"(2)

(1) Ilídio Rocha, in “O rato dos papéis”
(2)Lima, José Joaquim Lopes de Lima in “Ensaio sobre a statística d’ Angola e suas dependências na costa Ocidental d’ Africa a Sul do Equador
Pensar e Falar Angola


2 comentários:

Pena disse...

Um belo recordar atento às deslumbrantes Senhoras Africanas.
Belas. Encantadoras.
Beijos para elas.

Unknown disse...

Ideia central