segunda-feira, 6 de agosto de 2007


Chorei, chorei e enxuguei as lágrimas... Por este homem.


Tombou uma grande biblioteca, Chamava-se Álvaro Holden Roberto, um autóctone bakongo que fez estremecer o poder colonial em Angola. Ele foi amigo pessoal de Kwame Nkrumah, Leopold Senghor, Franz Fanon, Houari Boumedienne, Habib Bourguiba, Modibo Keita, Ahmed Sekou Touré, Julius Nierere, Hailé Selassié, Jomo Kenyatta, Tom Boya, Patrice Lumumba, John Fritzgerald Kennedy, Charles de Gaulle, George Pompidou, Lyndon Johnson, Hassan II, Al Nimeiry, Pierre Mulele.

O velho Holden faleceu em 2 de Agosto de 2007, aos 84 anos de idade. Foi um veterano do movimento de libertação de África. Um Combatente da Liberdade.

Holden Roberto liderou a maior rebelião êxitosa contra os colonos. Soube depor as armas e marchar para o exílio para defender a honra e a independência de Angola. Não pegou em armas para continuar a guerra fratricida.

Holden apenas foi realista. Por ser realista, a guerra sangrenta de Angola opôs principalmente KIMBUNDUS E UMBUNDUS, poupando os Bakongos.

Hoje os Bakongos dominam lugares chaves da vida social e económica e cultural do País. Os intelectuais Bakongos não foram mortos em massa como aconteceu com os Kimbundus e Umbundos.

A maior parte dos Ph.D de Angola, académicos e professores Universitários são Bakongos que sobreviveram à guerra fratricida graças à recusa do Ancião Autóctone Holden Roberto de prosseguir a guerra fratricida.

Após a sua morte José Eduardo dos Santos decidiu finalmente homenagear o velho Holden Roberto, ao mandar o governo organizar uma comissão para tratar do funeral do velho Combatente da Liberdade em Angola, Africa.

Devemos ter fé naquilo em que acreditamos. Eu acredito na vida e só ela me permite estar agora comunicar convosco. Nesta fase da minha vida, já não estou em altura de deusificar coisa nenhuma. A matéria para mim sobrepõe-se ao espírito.

No Decálogo de Moisés existe um mandamento que diz: Ama o próximo como a ti mesmo. Mendigo aos mais novos, angolanistas a amarem o berço da humanidade e todos aqueles que defenderam as nossas terras e questionarem os porquês do passado e interpretarem o presente!

Rezem, orem pela alma do ancião Álvaro Holden Roberto. Independentemente da sua fé, religião, enfim.

- A poesia, biblioteca eterna de Álvaro Holden Roberto... Foi um apoio mútuo para África. Meu berço, nosso berço.

Kiambotebote,
Mona uabukumuka ua kaiari uajiza
Texto publicado após solicitada, e obtida, autorização do autor.

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