domingo, 24 de junho de 2012

Hospital Pediátrico de Luanda - Drepanocitose


Médica Brigida Santos fala dos grandes desafios que a unidade hospitalar tem para reduzir os índices da doença em Luanda
Fotografia: Maria Augusta
O Hospital Pediátrico David Bernardino, em Luanda, regista por ano cerca de mil novos casos de drepanocitose, revelou a médica pediatra Brígida Santos. 
Entrevistada pelo Jornal de Angola por ocasião das comemorações do 19 de Junho, Dia Mundial da Drepanocitose, a especialista acrescentou que por dia são diagnosticados 83 casos. 
O Hospital Pediátrico David Bernardino, referiu, está a desenvolver, desde Julho de 2008, em parceria com a petrolífera Chevron e um hospital dos Estados Unidos, um programa de rastreio neo-natal nas Maternidades Lucrécia Paim, Augusto Ngangula e da Samba, para identificar os bebés portadores da doença logo à nascença. “Por ser uma doença crónica, se for diagnosticada mais cedo, melhor é o prognóstico, no sentido da qualidade de vida do paciente”, alertou a pediatra, acrescentando que a doença é uma anemia crónica, hereditária e grave, que afecta a hemoglobina, parte do sangue responsável pelo transporte de oxigénio para todo o corpo humano.
A hemoglobina normal, esclareceu, é a do tipo A, mas existem as hemoglobinas anormais como as do tipo S, que é a grande responsável pela alteração no formato dos glóbulos vermelho (falciformação) que caracteriza a drepanocitose.
Sobre os cuidados a ter com a doença, Brígida Santos disse que todos os pacientes devem ser acompanhados em consultas regulares para prevenir e tratar as infecções, a anemia e a dor.
“Tudo isso passa também pela higiene pessoal. É preciso beber muitos líquidos frequentemente, evitar esforços físicos e estar bem agasalhado no cacimbo”, alertou a médica pediatra.
Brígida Santos é também presidente da direcção executiva da Associação Angolana de Hematologia, fundada em 2008. A anemia falciforme pode manifestar-se de forma diferente em cada indivíduo. Uns têm apenas alguns sintomas leves, outros apresentam um ou mais sinais. Os sintomas geralmente aparecem na segunda metade do primeiro ano de vida da criança.




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