sábado, 9 de junho de 2012

Energia eólica no Namibe


por Ricardo David Lopes
O Governo está a promover a construção de um parque eólico com 100 MW de potência no Namibe, e quer apostar em energias renováveis para a produção de electricidade e biocombustíveis, revelou a directora do Departamento de Biomassa do Ministério da Energia e Águas (MINEA), Maria Graciette Pitra.
A montagem das torres deverá estar prestes a arrancar, mas o desenvolvimento do projecto será faseado, pois não há ainda ligação do futuro parque à rede, explicou a responsável na V Conferência Anual da Associação dos Reguladores de Energia dos Países de Língua Oficial Portuguesa (RELOP), que decorreu na semana passada em Lisboa.
Para além da intenção de aproveitar a energia do vento – o que passa pela realização do mapeamento do potencial eólico do país –, o Executivo está a desenvolver, em parceria com privados, duas fábricas de biocombustíveis à base de cana de açúcar em Cacuso, no Malange, e em Cunene.
O objectivo, segundo a responsável, é utilizar a queima da cana de açúcar para produzir etanol e electricidade. As unidades poderão estar operacionais dentro de dois a três anos.
Angola tem já uma estratégia nacional para os biocombustíveis, realçou Graciette Pitra, que explicou que está em curso o desenvolvimento de um Livro Azul e de uma Lei das Energias Renováveis, assim como uma avaliação do potencial de utilização de biomassa em Angola.
Painéis fotovoltaicos já são aposta no interior
No caso da biomassa, a aposta passa pelo desenvolvimento, já em curso, de «polígonos florestais no Centro Sul e Norte do país». Também os resíduos sólidos urbanos e florestais poderão ser usados em projectos energéticos, de forma a que, até 2025, «entre 50% e 60% da população rural tenha acesso a energia».
O solar fotovoltaico tem sido a forma privilegiada de levar electricidade a aldeias isoladas. Para já, está quase concluída a instalação de 63 sistemas, aos quais, numa segunda fase, serão somados 181, revelou a responsável.
«Queremos impulsionar as energias renováveis, sobretudo pequenos aproveitamentos hídricos, eólicos e solares», explicou, adiantando que «o actual quadro institucional favorece estes projectos», num país onde apenas 30% da população tem acesso a energia eléctrica, dos quais 70% estão em Luanda.Para além da aposta em barragens de pequena e média dimensão, o Executivo vai avançar para a construção de duas grandes hídricas – de 2.400 e 2.000 MW de potência no eixo do Kwanza.
«É preciso juntar o útil ao agradável e melhorar o nível de vida da população», disse, sublinhando que «Angola tem um elevado potencial de energias renováveis». Graciette Pitra destacou que o consumo de energia está ligado ao desenvolvimento dos países. Angola, afirmou, tem um «défice de consumo de energia» face a outros países da região e de África.




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