Realizadora angolana distinguida nos EUA
Cineasta angolana ganha prémio do júri
O filme “Por Aqui Tudo Bem”, da realizadora angolana Maria Esperança (Pocas) Pascoal, ganhou no domingo o primeiro prémio do júri para a ficção no Los Angeles Film Festival, anunciou a organização.
“A realizadora transformou a sua história pessoal de exílio de Angola num drama profundamente comovente, cujo poder cinematográfico é particularmente impressionante no trabalho de um realizador estreante”, refere a declaração do júri do festival de cinema independente da Costa Oeste dos Estados Unidos.
Escolhido pelo júri entre 200 curtas e longas-metragens de mais de 30 países, “Por Aqui Tudo Bem” – “All is Well”, na versão inglesa – conta a história de duas irmãs angolanas que fogem da guerra civil no seu país para Lisboa e, depois, para França.
Para o júri, trata-se de uma “exploração da experiência de emigração e, especialmente, dos laços entre parentes, num trabalho de marcante eloquência visual e honestidade emocional”.
Produzido por Luís Correia, o filme conta com a interpretação de Cheila Lima, Ciomara Reis, William Brandão e Vera Cruz. O Prémio Narrativa tem um valor monetário de 15 mil dólares, atribuído pela organização cultural sem fins lucrativos Film Independent.
O festival, na sua 18ª edição, atribuiu ainda um prémio a um documentário, este ano para “Drought” (“Seca”), de Everardo Gonzalez.
“Por aqui tudo bem”, de Pocas Pascoal, foi distinguido com o prémio de melhor longa-metragem portuguesa de ficção, na IX edição do IndieLisboa, Festival Internacional de Cinema Independente, que encerrou a 6 de Maio.
O Festival de Cinema de Los Angeles, que já vai na sua 18ª edição, patrocinado pelo “The Times”, decorreu de 14 de Junho até domingo à noite com a estreia do filme “Magic Mike”, estrelado por Channing Tatum e Matthew McConaughey.
Crítica sobre o filme
No início dos anos 80, com o começo da guerra civil em Angola, duas irmãs são enviadas para Portugal pela mãe, que pretende ir mais tarde ter com elas, mas que fica impedida de o fazer. As duas irmãs, Alda e Maria, vêem-se sozinhas, menores e sem papéis, em Lisboa, perdidas entre o receio da situação e o não querer preocupar a mãe. Trata-se de uma história com contornos autobiográficos, segundo a própria realizadora Maria Esperança “Pocas” Pascoal, baseada na sua própria experiência e na das pessoas que foi conhecendo.
De acordo com algumas críticas que foram publicadas na imprensa internacional, o filme apresenta planos exteriores marcantes, e a construção dos espaços, tal como a reconstrução histórica, são irrepreensíveis. Se as representações não são tudo o que podiam ser, também não desiludem ou servem mal a história. O ponto mais fraco do filme, dizem alguns críticos, é o seu argumento, com algumas cenas mais forçadas e um diálogo desajeitado, pouco fluido.
Pensar e Falar Angola
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