O presidente da UNITA, Isaías Samakuva, está optimista quanto ao futuro de Angola, porque os angolanos vão conseguir ter a capacidade de corrigir aquilo que ainda hoje cria preocupações à sociedade: o seu comportamento.
Em entrevista concedida hoje à Agência Lusa, Isaías Samakuva disse que esse comportamento deve refletir "permanentemente a vontade de reconstrução da nação angolana".
O Comité Permanente da Comissão Política da UNITA esteve reunido, na quinta-feira, e no comunicado final da reunião refere que constatou "com satisfação o aumento da maturidade política e consciência patriótica dos angolanos, que começam a perceber melhor os desvios, os objetivos da paz e reconciliação nacional".
Para Samakuva, "o edifício que se procura construir só será sólido ao procurar-se mudar os materiais com que se está a construir".
"Precisamos alternar, mudar essas hegemonias", referiu aquele responsável político, mencionando, para exemplificar, que a UNITA é sempre apontada como estando por detrás da organização de uma manifestação.
"Se de um lado tenho muita esperança e acredito nos angolanos, do outro penso que para o futuro ser brilhante precisamos hoje de construir a base, os alicerces, dessa nação em construção", frisou.
O líder da UNITA realçou ainda outra preocupação, ligada à "excessiva carga partidária no trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito que está a decorrer na província do Huambo".
A Comissão de Inquérito a que se refere o líder da Unita foi criada na sequência de uma queixa que o seu partido apresentou ao Parlamento sobre alegadas atos de intolerância política, registados no Planalto Central de Angola, em relação a militantes daquela estrutura partidária.
"Se o Parlamento é uma instituição que devia velar pelos interesses dos angolanos no seu todo, vai ao terreno e comporta-se desta maneira, pergunto-me como é que vamos construir esta nação", questionou.
O presidente da UNITA acusa os membros dessa comissão de estarem a "deturpar" as informações dadas pelos populares, mas espera que, pondo de parte aquilo a que chamou de "propaganda barata", um relatório "sério" seja apresentado ao MPLA.
Um documento "que relate e reflita essas preocupações, para que se corrijam o que se está a passar", disse o político.
"Parece-me que ao invés de nos considerarmos angolanos acima de tudo, estamos a considerar-nos da UNITA ou do MPLA, penso que isso devia vir em segundo lugar", rematou.
O documento distribuído no final da reunião do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA exorta a Comissão de Inquérito Parlamentar a primar pela isenção, verdade e justiça, na prossecução dos objetivos atinentes à sua missão.
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