Num propósito voluntário deixei passar a data em claro. Em primeiro lugar porque pouco sei da verdade desse dia, salvo seja, época. A mistura de ideais, a elevação dos mortos dum lado e de outro, numa confusão que me deixa mesmo confuso, com gente que sei é de vivência total de direita defende falecidos engajados na esquerda revolucionária, outros vice-versas contam estórias que se sabe nem podem ser verdadeiras porque as datas, as pessoas e os locais não coincidem. Vão saindo livros, uns legíveis e outros intragaveis e as coisas vão ficando assim com menos cacimbo cerrado por cima. Mas ainda não é claro e, não sei se algum dia poderá ser claro, já que a fantasias dos heróis vivos não pode ser confrontada com a real morte dos falecidos, o silêncio dos que poderiam dizer uma ou duas coisas e a fértil imaginação dos que não sabendo imaginam que sabem, fazem do conhecimento uma salada de cores garridas e pouco reais.
Há que dar tempo ao tempo até que eu perceba os 34 anos atrás e os mantenha na memória para que erros iguais não os cometa.
Terminou agora a primeira fase de audições da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a alegada intolerância política levantada pela UNITA. Esta refere que de forma sistemática os seus bens são destruídos e frequentemente é negada que desfralde a sua bandeira em sedes comunais e municipais e assim se criou a Comissão Parlamentar de Inquérito, coordenada pelo deputado Higino Carneiro, composta por 15 deputados, sendo 12 do MPLA e os restantes da UNITA, PRS e FNLA, de acordo com o princípio da proporcionalidade.
Sabendo que há feridas ainda não saradas, porque desde 2002 até há data ainda não passou uma geração... e a memória não se apaga numa manhã de vento nem num dia de chuva tropical, é um ganho democrático haver alguma investigação.
Hoje fiquei por aqui porque faz tempo não opinava e prefiro pouco opinar que muito errar.
É, estamos aqui e estamos a fazer 4 anos...
Pensar e Falar Angola
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