Quatro organismos africanos dedicados à pesquisa da malária - paludismo - foram distinguidos este ano com o Prémio Príncipe de Astúrias de Cooperação Internacional.
A cerimónia de entrega dos prémios realizou-se em Oviedo e os vencedores receberam 50 mil euros.
Pedro Alonso afirmou que a malária «é o paradigma da pobreza», fruto do subdesenvolvimento que caracteriza muitos dos países afectados. Alonso dirige o Centro de Investigação em Saúde de Manhiça (Moçambique), que foi distinguido pelo Prémio Príncipe de Astúrias de Cooperação Internacional, assim como o Ifakara Health Research and Development Centre (Tânzania), o The Malaria Research and Training Centre (Mali) e o Kintampo Health Research Centre (Gana).
Pedro Alonso defendeu que a malária e a pobreza têm de ser combatidas em conjunto de forma a contribuir para o progresso dos países afectados. Alonso acredita que em 2011 estará disponível uma vacina de primeira geração contra a malária, podendo vir a ser eficaz para entre 30 a 50 por cento dos casos.
Os directores dos centros de investigação consideram que a instabilidade em alguns países africanos é também um dos desafios a enfrentar para a erradicação da malária. Além disso, os parasitas que transmitem a doença desenvolvem resistência aos medicamentos utilizados, o que tem vindo a dificultar o combate. A malária ameaça 40 por cento da população mundial, ocorrendo a maioria dos casos na África Sub-sahariana, onde em cada 30 segundos morre uma criança com menos de 5 anos de idade. A malária é considerada uma doença endémica em 109 países, dos quais 45 localizam-se no continente africano. O relatório anual sobre a malária, apresentado pela OMS (Organização Mundial de Sáude), tem sido objecto de controvérsia. A OMS afirma que o número de casos de malária é menor do que se calculava. Contudo, há quem defenda que os casos em África, onde ocorrem cerca de 91 por centos das mortes por malária, não sofreram alterações significativas. A diminuição dos casos terá ocorrido na Índia, Indónesia, Paquistão e outros países asiáticos, onde há muitos casos de uma variação menos mortal de malária.
Críticas ao relatório da OMS notam que os casos na Ásia terão sido calculados com base em mapas da população e vegetação da década de 1960, sem levar em conta as migrações para as cidades, o desmatamento de consideráveis áreas, o melhoramento na assitência médica e o controlo do mosquito.
Quando a Malária 'regressar' ao continente europeu e a algumas regiões das Americas, em grande parte devido às alterações climáticas, talvez o pensamento do mundo seja outro
Pensar e Falar Angola
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