segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Escritores Angolanos - Jacinto Lemos

Jacinto de Lemos conta neste seu novo livro, “Chico Nhô”, histórias de lutadores e as suas vivências nos musseques luandenses no período colonial.
Em 771 páginas, Jacinto de Lemos narra histórias de lutas daqueles tempos, nos musseques, onde “Chico Nhô” (senhor Chico, em português), um pessoa bué porreira, é a personagem principal.
Na época, a maioria das pessoas usava a feitiçaria para confrontar os seus adversários de luta. Mas, “Chico Nhô”, que herdara o espírito do seu bisavô chamado Kakoba, não tinha matiti (feitiço de lutar). Na hora da luta, o espírito do bisavô colocava-lhe nas mãos uma faca, que usava como defesa pessoal. “Mas esse spírito não dimorou. Bem dizer, Chico parou de lutar cedo, porque o spírito quando lhi vinha, fazia firimento fundo de criar maka grande no bairro, como aquela maka que lhi provocou disgosto, por lhi curparem que matou o Mané Canhoto”, conta o autor.
Se fala também de grandes lutadores do passado como Luís Cafrique, Fernando Maiombola, Mantiamba e Mané Canhoto, um malanjino perigoso nas kíbuas (quedas). Ninguém lhe chegava ali nos musseques, nem mesmo o Fermando Maiombola, famoso rei das kíbuas, “se lhe pôdeu”.
O livro editado em Cabo Verde, pela Gráfica da Praia Limitada, teve uma tiragem de três mil exemplares, do quais 1.000 estão a ser comercializados em Luanda, numa primeira fase no Bazar da LAC.
A obra vai estar à venda na Tenda das Letras, nos próximos dias 10 e 11 de Janeiro de 2009, no Largo da Independência, alusiva ao 8 de Janeiro, “Dia da Cultura Nacional”. Ainda no âmbito do “Dia da Cultura Nacional” e do “Dia do Município do Cazenga”, o livro é apresentado no dia 10 de Janeiro de 2009, no Marco Histórico do 4 de Fevereiro, por Jomo Fortunato.
Jacinto de Lemos nasceu em Icolo e Bengo a 1 de Janeiro de 1961. Fez os estudos primários e secundários em Luanda. Publicou “Undengue” (1989) pela União dos Escritores Angolanos (UEA), que lhe mereceu uma menção honrosa no Concurso Sonangol de Literatura, em 1986; “O Pano Preto da Velha Mabunda” (1997), editado pelo Instituto Nacional do Livro e do Disco (INALD), e “A Dívida da Peixeira”, que mereceu o Grande Prémio Sonangol de Literatura, no ano 2001.


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