quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Teatro Avenida, em Luanda, será demolido

Luanda, 16/01 - Angolapress
O Teatro Avenida, em Luanda, será demolido, brevemente, para dar lugar a um edifício em que, além de outros serviços, albergará galeria de artes, cinema e sala para teatro, segundo informou hoje, quarta-feira, nesta cidade, o director nacional de Arte e Acção Cultural, Carlos Vieira Lopes. Em declarações à Angop, o responsável adiantou que a demolição desta estrutura cultural surge na sequência do projecto de requalificação da zona baixa de Luanda. A intenção, adiantou, é colocar à disposição dos usuários deste espaço instalações condignas, modernizadas e em melhores condições para os fazedores do teatro. Sem avançar o nome da entidade responsável pelo surgimento do novo edifício, tempo de duração das obras e seus custos, Carlos Vieira Lopes confirmou apenas que o mesmo será de responsabilidade privada.

Surgido na época colonial, o Teatro Avenida, localizado na avenida Rainha Njinga, tem acolhido a exibição semanal de vários grupos teatrais luandenses, bem como a realização de festivais de dança e música, entre outras actividades culturais.

A construção de uma nova estrutura com condições adequadas para a prática teatral e outras acções vai dar uma maior qualidade na apresentação do produto teatral, disse hoje, em Luanda, o responsável do grupo Horizonte Njinga Mbandi, Adelino Caracol.

O Ministério da Cultura encerrou no dia 14 deste mês o Teatro Avenida, na baixa de Luanda, para demolição, reestruturação e ampliação.
Em declarações hoje à Angop, Adelino Caracol disse esperar que esta acção do Ministério da Cultura (Mincult) se efective, para bem dos criadores angolanos.
No entanto, o responsável do grupo Horizonte Njinga Mbandi mostrou-se insatisfeito pela forma como foi dado a conhecer o encerramento do Teatro Avenida. "Disseram-nos domingo à noite e segunda-feira fecharam logo as portas do Teatro Avenida", informou. Para a fonte, os actores de teatros precisariam de mais alguns dias para deixar o espaço, por exemplo, com a realização de uma cerimónia de fecho das actividades neste espaço cultural, que acolheu, durante muitos anos, os grupos teatrais da capital, referiu. "Muito luandense apreciava as peças teatrais no espaço do Teatro Avenida, pelo que, o Mincult teria, por exemplo, que negociar com a gestão do Cine Nacional para permitir aos grupos exibirem-se a um preço aceitável, já que geralmente praticam preços altos", frisou. Enquanto no Teatro Avenida os grupos pagavam por cada espectáculo 30 por cento das receitas, no Cine Nacional, gerido por um privado, estes pagam previamente 500 dólares. "Esperamos, assim, do Mincult esclarecimentos sobre quando iniciará a demolição, a duração da construção de um novo edifício e outras possíveis decisões", disse. Enquanto isso, "resta-nos exibir-nos em salas como o Centro Cultural e Recreativo Kilamba e a Liga Africana de Amizade e Solidariedade com os Povos (LAASP)", salientou. Falando quarta-feira à Angop, o director nacional de Arte e Acção Cultural, Carlos Vieira Lopes, garantiu que a demolição será feita brevemente e vai dar lugar a um edifício que, além de outros serviços, albergará uma galeria de artes plásticas, cinema e sala para teatro. O responsável adiantou que a demolição desta estrutura cultural surge na sequência do projecto de requalificação da zona baixa de Luanda.



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3 comentários:

O Toke É Esse disse...

Quando é o próprio órgão de tutela que manda demolir edifícios históricos dá para ter uma ideia de como os valores culturais andam de patas para o ar em Angola.

Se o dito projecto de requalificação da zona baixa de Luanda não tem o dedinho da especulação imobiliária e do seu cortejo de venalidades que tudo justifica, então, os países que realmente preservam e reestruturam a sério o seu património arquitectónico devem estar muito equivocados.

Demolir edifícios históricos (um outro exemplo é o belíssimo mercado do Kinaxixi!) é irremediável crime, agravado pela alegação de que é a favor da cultura!

Ide construir nos arredores de Luanda, nas periferias necessitadas! Deixai a baixa de Luanda em paz!!!

Não vos surpreendeis se a Kyanda vos arrasar as vosss presunçosas obras de aterro da histórica baía de Luanda.

Diga não a nigeriarização de Angola!

Abraços,
Toke
Luanda-Angola

Anónimo disse...

Tive o prazer de ver a 1ª. peça de Teatro que se representou no Avenida.
Trabalhava na C.M.Luanda e conheci algumas das pessoas que transformaram um velho Quartel de Bombeiros num excelente Teatro.
Aproveito para contar uma curiosidade do dia de inauguração: Falava-se que quando foi inaugurado o verniz das cadeiras ainda não estava completamente seco, logo houve muita gente que sujou os fatos!!!
Fico triste porque perde-se uma referência de Luanda.
A.A.

Unknown disse...

Lamentavelmemte, o tiro saiu pela culatra e os bandidos levaram o ouro deixando a cidade so avenida em ruinas

vida é obra

Dr. Agostinho Neto