terça-feira, 3 de julho de 2007

Soberania(s)


O «Comité de Segurança Aérea Europeu» incluiu a TAAG numa lista de companhias proibidas de voar para e no espaço aéreo europeu.
Alegadamente a TAAG não cumpre as normas de segurança definidas por este comité, o que impede que os seus aviões possam transportar passageiros de e para os vários países europeus (Portugal incluído).
Parece que o problema terá a ver com uma 'queixa' das autoridades francesas, que alegam que os aviões da TAAG não terão os manuais actualizados.
Mas o ponto é que neste mundo globalizado há sempre países 'mais globais' e países 'menos globais'. Assim, os europeus e em particular os britânicos (que nestas coisas de soberania ainda acham que estamos nos tempos do 'Império'), resolveram tomar em relação à TAAG uma posição de força que não tomaram em relação às linhas aéreas indonésias. É que no que aos indonésios diz respeito, os europeus façanhudos 'baixaram a bola' e autorizaram-nos a utilizar os mesmos aviões que não servem quando têm a Palanca desenhada nas asas.


Felizmente, neste caso parece que as autoridades angolanas estão a saber dar a resposta certa. Se não há negócio de transporte aéreo para a companhia nacional angolana entre Luanda e a Europa, então também não haverá negócio de transporte aéreo para as companhias europeias entre as capitais europeias e Luanda.
O tempo da submissão colonial ainda não terminou de todo, uma vez que as pressões neo-coloniais exercidas pelas agências internacionais, pelas multinacionais e pelos governos dos países centrais da tríade EUA/Japão/UE continuam a fazer-se sentir. Mas é bom ver que alguns países do chamado 'terceiro mundo', ou como actualmente passaram a ser designados - PMD (países menos desenvolvidos), começam a saber exercer o seu direito de soberania.
O caso do Irão que não vergou às exigências dos EUA e da UE e manteve o seu programa nuclear é um bom exemplo. Tal como o caso da Venezuela e da sua proposta de criação de uma nova agência para o comércio e exploração de recursos energéticos.
A decisão agora tomada pelas autoridades angolanas, marcando uma posição clara em defesa da sua companhia de bandeira numa das indústrias globais em maior expansão, como é o caso do transporte aéreo, constitui um motivo de orgulho para todos quantos se sentem ligados a Angola, pois representa um acto de afirmação de soberania que é de aplaudir.

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