quarta-feira, 4 de julho de 2007

GARRAT

Confesso que dei por mim a pensar se o meu gosto pelas viagens não terá que ver com os sonhos que tive nas imensas vezes que percorri muitos dos quilómetros da via férrea do CFB! Sei que passava noites acordadas a tentar ouvir a majestosa Garrat a fazer manobras no "triângulo" do Bairro do CFB no Huambo. Morava na terceira casa a seguir à passagem de nível onde o meu pai fazia aquelas manobras com a máquina que me fazia sonhar com o mundo. Das oficinas para a estação ou da estação para as oficinas, essa manobra fazia tremer o chão do bairro qual manada de elefantes que só anos mais tarde consegui perceber que faziam o mesmo barulho ao percorrerem o parque que visitava. Ali ficava eu a olhar e a tentar saber como chegaria a ser engenheiro de máquinas para poder trabalhar com aquele "monstro". Nunca consegui realizar o sonho e por isso dei em médico mas sempre me ficou o gosto pelo mundo e pelas viagens.

Pensar e Falar Angola

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