Angola é um país que, neste momento, suscita interesse e atenção em todas as partes do mundo pelo seu crescimento elevado, disse, em Lisboa, o economista angolano Manuel Alves da Rocha.
O também professor da Universidade Católica de Angola falou à Agência Lusa, na sexta-feira, à margem da conferência "Angola depois do fim da Guerra Civil: olhares sobre um país em transformação", no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e Empresa ISCTE/IUL).
"Eu creio que Angola é um país que, neste momento, suscita a atenção, suscita o interesse de todas as partes do mundo", referiu o também professor da Universidade Católica de Angola.
O economista fez esta afirmação no contexto da viagem da chanceler alemã, Angela Merkel, na terça e quarta-feira, a Angola.
Segundo Alves da Rocha, Angola é vista "como uma potência de crescimento muito elevada", mas não se sabe se esta "intensidade de investimento vai manter-se" no futuro.
"Sendo Angola no quadro SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral) a segunda maior economia, logo a seguir à África do Sul, creio que muitos países europeus, sobretudo aqueles que contam na Europa, terão obviamente interesse em saber de que maneira podem aprofundar o relacionamento com Angola", referiu ainda.
De acordo com o economista, "estas grandes potências económicas europeias seguramente que estão atentas a marcar a sua posição, querem ter espaço num país que, aparentemente, cresce com uma intensidade elevada".
Sobre a viagem de Angela Merkel, o economista diz que não se pode esquecer que "a Alemanha tem, neste momento, uma linha de crédito aberta a Angola significativa" e que este pode ser um dos temas a abordar com as autoridades angolanas.
"Não podemos esquecer que, antes da independência, os alemães tiveram uma presença relativa em Angola", referiu ainda.
Os diferendos sobre as propriedades alemãs (sobretudo no setor agrícola) que foram nacionalizadas depois da independência de Angola poderão ser também um dos tópicos abordados na visita, disse.
Sobre os ganhos dos dois países com o aprofundamento das relações bilaterais, Alves da Rocha considerou que "dependerá dos acordos que vierem a ser estabelecidos, quais as áreas que serão negociadas, se serão apenas acordos no estrito domínio da economia ou se estes acordos poderão avançar para o setor do desenvolvimento tecnológico, da ciência".
A Alemanha "tem um stock tecnológico assinalável, portanto vale a pena ver de facto como estas relações podem aprofundar-se", referiu.
O economista também assinalou que Angola pode tirar benefícios da excelente experiência da Alemanha no que toca a pequenas e médias empresas.
CSR.
Lusa/Fim
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