Resumo: O Autor projectou e instalou uma exploração de bovinos em regime extensivo, que atingiu trinta e seis mil cabeças, para o abastecimento de cerca de vinte e oito mil trabalhadores, além de outras espécies animais, na Lunda, Nordeste de Angola, no território ocupado pela Companhia de Diamantes de Angola. Reflecte sobre os primórdios da ocupação pelos povos pastores, provenientes de populações deslocadas com os seus gados da região do Sahara, em desertificação, bem como dos povos de cultura Bantu que abandonaram posteriormente os territórios de origem, nas cercanias da floresta equatorial, para descerem em vagas sucessivas para toda a África, nomeadamente o Congo e Angola, atingindo o Sul de África no fim do século XV, onde são vistos pelos primeiros navegadores portugueses.
Considera a evolução dos efectivos bovinos na posse dos povos africanos, ao longo dos tempos recentes, sobretudo a partir da criação dos Serviços de Veterinária de Angola.
O desenvolvimento da bovinicultura operado na segunda metade do séc. XX, e principalmente, nos últimos anos da ocupação colonial portuguesa, ficou a dever-se à melhoria das condições de abastecimento de água nas zonas ocupadas pelos povos pastores e à intervenção permanente dos Serviços de Veterinária na profilaxia e combate às doenças infecto–contagiosas que afectavam os efectivos bovinos; bem como ao estabelecimento de empresas privadas pertença de colonos europeus que, indiferentes à actuação dos movimentos de independência, de certo modo contidos, continuaram a investir em novas explorações, recorrendo não só, e como era habitual, aos médicos veterinários dos Serviços de Veterinária, mas contratando técnicos em regime privativo que constam de uma lista nominal, tão completa quanto possível.
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