Adriano Sebastião morre aos 87 anos
Malogrado Adriano Sebastião
Fotografia: Jornal de Angola
Faleceu ontem na clínica Multiperfil, em Luanda, aos 87 anos, vítima de doença, o nacionalista Adriano Sebastião.
Adriano João Sebastião, também conhecido por Adriano Sebastião Kiwima, nasceu em Calomboloca, área da comuna de Cassoneca, município de Icolo e Bengo, província do Bengo, aos 11 de Agosto de 1923.
Filho de João sebastião Kiwima e de Isabel Jerónimo, Adriano Sebastião começou os estudos primários em Calomboloca e acabou-os em Luanda, na Escola da Missão Evangélica. Deixou Calomboloca a 22 de Abril de 1938 e, na companhia de seu colega Elias António de Carvalho, internou-se na Missão, onde encontrou outros estudantes do liceu, como António Agostinho Neto, já no 6.º ano.
Em 1956 conhece Manuel Bento, então enfermeiro no Úcua, e começam as actividades políticas integrados no PLUA (Partido de Luta Unida por Angola). No Cacuaco conhece o Engenheiro Amílcar Cabral, na altura em prospecção agrícola dos solos da Tentativa, no Danje (Caxito).
Em 1959 passa para os Serviços de Obras Públicas como auxiliar do quadro técnico, colocado na repartição regional do Uíge, com sede em Carmona, na altura. Em Dezembro desse ano chega a Luanda, vindo de Portugal, António Agostinho Neto e, em Janeiro de 1960, convidado por Fernando Coelho da Cruz, integra a primeira Comissão directiva do MPLA em Luanda.
Em Abril desse ano vai para o Uíge. É preso pela Pide em Junho, com outros camaradas, entre os quais António Agostinho Neto.
Em Fevereiro de 1961, depois do ataque às cadeias, no dia 4, é desterrado com os companheiros para a Colónia Penal do Bié, no Capolo, e em Junho de 1962 é transferido para o campo de trabalhos de Extermínio do Missombo, em Menongue, no Kuando-Kubango.
Com a chegada a Luanda dos movimentos de libertação, em que se destaca o MPLA, Adriano Sebastião volta para as Obras Públicas e, com Júlio Francisco Machado, começa uma interna actividade política de formação de Comités de Acção para o MPLA. Em 1975, com a proclamação da independência, é nomeado Director Geral de Apoio a situações de guerra da Secretaria de Estado dos Assuntos Sociais. Em 1978 é nomeado Embaixador da República de Angola na República Portuguesa, missão que cumpre até 1982. Regressa nesse ano a Angola e é colocado no Ministério da Educação e Cultura, na Inspecção Escolar, função que exerce até 1985. De 1985 a 1988 é nomeado secretário-geral da Associação dos Antigos Combatentes. De 1988 a 1991 é eleito deputado da Assembleia do Povo da 1.ª Legislatura, coordenando a Comissão das Reclamações dos Cidadãos da Assembleia.
O malogrado vai a enterrar sábado no cemitério do Alto das Cruzes.Pensar e Falar Angola
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