segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Bolsa de valores...


... arranca no primeiro trimestre de 2008
Cândido Bessa



A Bolsa de Valores de Angola arranca no primeiro trimestre de 2008, segundo garantias do presidente da Comissão de Mercado de Capitais (CMC), António da Cruz Lima. A informação foi avançada após a outorga da primeira certidão de registo de valores mobiliários ao Banco Africano de Investimentos (BAI), num acto que marcou o início, de facto, do Mercado de Capitais em Angola.

No próximo ano vamos ver funcionar as instituições que representam, o mercado de capitais, nomeadamente a Bolsa de Valores, a comissão de supervisão do mercado e outras instituições de intermediação financeira que têm sido credenciadas para operar no mercado”, garantiu o gestor Cruz Lima, não adiantando ainda o número de empresas para o arranque.

Especialistas estimam que, em função das potencialidades do país, a Bolsa de Valores de Angola estaria entre as 10 mais cotadas em África, num mercado em que o grande líder é a África do Sul que possui uma bolsa com cerca de 700 companhias listadas e uma capitalização que ascende os 260 mil milhões de dólares.

Entre os 14 países que compõem a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), Angola é um dos três países (outros dois são Tanzânia e Congo Democrático) que não possui um mercado de capitais institucionalizado.

Numa altura em que o país regista poucos produtos financeiros e grande parte das poupanças não vão para o mercado financeiro, a Bolsa de Valores apresenta-se como uma forma de capitalizar o empresariado nacional e financiar a economia por meio não bancário.

O cidadão que tiver uma pequena poupança poderia, por exemplo, através de um corrector, comprar acções de grandes companhias para rentabilizar o seu dinheiro. Do mesmo modo como tem de procurar um despachante para tratar da sua carga importada, pode o cidadão procurar o corrector (o intermediário neste caso) para inteirar-se sobre a melhor forma de investir e rentabilizar o seu dinheiro na Bolsa.

A Bolsa de Valores pode funcionar também como sinal de maturidade da economia de um país, contribuindo para a atracção de investimento. Os grandes fundos também podem se sentir atraídos a investir num determinado país, ao notarem a melhoria da imagem deste país. A Bolsa de Valores constitui também meio para a diversificação das modalidades de financiamento da economia nacional, ao mesmo tempo em que aumenta o grau de transparência do funcionamento das empresas públicas e privadas.

Para especialistas da DevPar, empresa que preparou o lançamento do mercado de capitais do Ghana, e que também esteve na formação de técnicos angolanos, a Bolsa de Valores pode ajudar na criação de emprego e combate à pobreza.

Pensar e Falar Angola

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