Jornalistas são atacados em Angola
Para expressar-lhe a sua grande preocupação com a série de violentos ataques recentes sofridos por jornalistas em Angola,Repórteres sem Fronteiras (RSF) escreveu ao Ministro do Interior de Angola, Sebastião José António Martins.
No lapso de dois meses, um jornalista foi assassinado, outros dois violentamente agredidos e feridos e um quarto foi objecto de ameaças.
"Repórteres sem Fronteiras entrevê relação entre esses crimes e o fato de os jornalistas pertencerem a veículos da mídia com posições críticas, senão francamente opostas, ao Governo”, lê-se na missiva.
“A violência desses actos é alarmante. A segurança e a integridade física dos jornalistas estão em perigo e a gravidade dos crimes cometidos contra eles é muito preocupante : todos os profissionais do ramo devem sentir-se ameaçados e viver a angústia de uma agressão iminente e potencialmente fatal ? O medo está a tornar-se coisa comum entre os jornalistas?", questiona o Secretário Geral de RSF, Jean-François Julliard.
No último dia 22 de Outubro, um jornalista da Rádio Despertar, António Manuel Manuel da Silva, conhecido no meio radiofónico pelo pseudónimo de Jojo, foi apunhalado, durante a madrugada, por um indivíduo que, segundo testemunhas, falou no programa do jornalista. Grande sucesso popular, o seu programa teria ironizado o Presidente Eduardo dos Santos.
Um mês antes, no dia 22 de Setembro, Norberto Abias Sateko, repórter da TV Zimbo, tinha sido ferido a tiros. Aos 5 de Setembro, um outro jornalista da Rádio Despertar, Alberto Graves Chakussanga, foi morto, no próprio domicílio, com um tiro nas costas.
or fim, o incidente mais recente aconteceu na madrugada do dia 23 ao dia 24 de Outubro últimos, quando o jornalista Rafael Marques foi vítima de uma emboscada.
Em 2010, Angola situa-se no 104° lugar da classificação mundial da liberdade de imprensa elaborada por Repórteres sem Fronteiras, mas os fatos ocorridos desde o início de Setembro podem fazer o país recuar.
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