segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Caminhos de Ferro Angola - Namíbia

Angola e Namíbia estão empenhadas na conclusão da linha-férrea que vai ligar os portos do Namibe e de Walvis Bay.
Segundo o ministro namibiano da Indústria e Comércio, Hong Hage Geingob, a Namíbia já efectuou grande parte do trabalho que lhe competia, faltando apenas 55 quilómetros.
Entrevistado pela imprensa angolana na Namíbia, a propósito do 35º aniversário da proclamação da independência nacional, que se assinala a 11 de Novembro, Hong Hage Geingob destacou a importância do Porto de Walvis Bay para a região da SADC, acrescentando que a conclusão da linha férrea vai facilitar o escoamento de produtos.
Hong Hage Geingob frisou que muitas viaturas adquiridas da África do Sul com destino a Angola passam pelo Porto de Walvis Bay.
O corredor de Walvis Bay serve grande parte da região da SADC. Devido à sua localização e eficiência, o porto oferece substancial segurança para cargas sensíveis ao tempo.


Um motor de desenvolvimento



O ministro namibiano da Indústria e Comércio considera Angola um motor para o desenvolvimento da África Austral.
Hong Hage Geingob justificou que Angola dispõe de enormes potencialidades económicas que lhe permitem atingir rapidamente um elevado nível de crescimento e contribuir para o desenvolvimento da região.
O dirigente namibiado lembrou que alcançada a paz, Angola tem dado passos significantes para o seu desenvolvimento.
Hong Hage Geingob realçou as relações privilegiadas entre os dois países, mas considera baixas as trocas comercias.
Esclareceu que actualmente as trocas baseam-se simplesmente no comércio de trânsito, praticado ao longo da fronteira e por outros cidadãos que individualmente se deslocam àquele país a procura de pequenos negócios, sublinhando que há um grande défice no comércio real.
“O volume de negócios é muito baixo. Nós não vendemos quase nada à Angola e nem Angola compra-nos alguma coisa”, disse.
Acrescentou que “comércio real só vai acontecer quando produtos fabricados em Angola forem exportados para a Namíbia e vice-versa, e isto ainda não acontece”, referiu.
O dirigente namibiano lembrou que Angola é um dos maiores produtores de petróleo e de diamantes no mundo, acrescentando que a Namíbia ganharia muito se houvesse uma maior cooperação nestes domínios.
“Seria mais barato comprarmos petróleo de Angola. Na área dos diamantes também podia haver cooperação, já que Angola tem muita experiência nesse domínio”, referiu. Acrescentou que em contrapartida, Angola podia comprar da Namíbia carne bovina, pois o país dispõe de grandes indústrias de processamento de carne bovina para exportação.



Relações comerciais vão ganhar impulso



Hong Hage Geingob afirma que ainda há um longo caminho a percorrer, mas acredita que as relações comerciais entre Angola e a Namíbia vão ganhar outra dinâmica depois do encontro das Câmaras de Comércio, a acontecer no princípio do próximo ano, em Luanda.
Sem anunciar uma data exacta, Hong Hage Geingob afirmou que a delegação namibiana será chefiada pelo próprio ministro do Comércio e deverá integrar empresários de vários sectores.
O ministro da Indústria e Comércio da Namíbia revelou que um grupo de namibiados nascidos em Angola manifestou o interesse de participar no programa habitacional do Executivo, que visa a construção de um milhão de casas até ao ano de 2012.
Segundo o ministro, o projecto deverá ser apreciado proximamente pelas autoridades competentes namibianas, podendo ser apresentado na reunião da Câmara do Comércio Angola/Namíbia.
Ao falar das potencialidades económicas, Hong Hage Geingob considerou a Namíbia como “um deserto perdido no meio de dois gigantes: Angola e África do Sul”, mas afirmou que o seu país “não se sente asfixiado”.
“Angola e África do Sul são dois países com os quais temos excelentes relações e isto anima-nos bastante”, referiu.
Hong Hage afirmou que a independência de Angola, que se assinala a 11 de Novembro de 1975, tem um grande significado, não só para os angolanos como também para os namibianos, tendo destacado o valioso contributo na luta de libertação da Namíbia.
O ministro namibiano lembrou os momentos de guerra vividos no seu país e sublinhou que sem o apoio de Angola, a Namíbia teria enormes dificuldades em fazer a luta para a conquista da independência.




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