segunda-feira, 1 de novembro de 2010

apontamentos de F. Quelhas (2)

Impressoes sobre Luanda

Talvez a melhor forma de vos mostrar como e Luanda e como e a sua populacao , seja descrever episodios que possam ser visualizados como uma especie de pincelada a esmo num quadro. Claro que não tenho a veleidade de, pelo menos em tão curto prazo, captar toda a complexidade da maneira de ser e de estar daqui, mas ai vai a tentativa.

Nesta sexta-feira, fui convidado por amigos para ir a inauguração de um restaurante português que e uma espécie de filial do Vascu’s de Lisboa. Alias, o nome e o mesmo.

O restaurante fica na Vila Alice, bem junto a uma praça que tem a estatua de Agostinho Neto e onde, habitualmente fazem manifestações e atos públicos. Ficou uma praça bem grande. A tal rua onde fica o restaurante chama-se, bem a propósito, rua da liberdade.

Acontece, entretanto aqui um fenômeno curioso. Ninguém conhece os nomes das ruas. Mesmo o motorista experiente, desconhece o nome da própria rua por oinde transita diariamente. Recorrem assim a pontos de referencia. Assim, a rua principal da maianga, não e conhecida por Amilcar Cabral, mas sim por rua do supermercado Martal. A ruazinha onde estou e conhecida como a Rua da maianga que tem umc clinica odontológica e assim sucessivamente. Alguém já me disse que no Japão acontece algo semelhante.

Vem então algo que foi realmente divertido: Refiro-me a forma como o motorista pede informações aos transeuntes.

E mais ou menos assim:

E ai Mano, nas calmas??? Iaaaa. Tudo bem mano? O mano pode dar-me uma informação? Se si: finalmente pergunta: Onde fica a Rua tal?   Após a quinta tentativa, finalmente há alguém que já ouviu falar na rua da liberdade e nos da a orientação.  Uma curiosidade.  Se por acaso vamos pedir a informação para alguém que esta num grupo, neste caso, em vez de dizerem “  mano !!! nas calmas, ia, dizem:  Família, nas calmas, ia.

Vem agora a gentileza. Nao se vai logo perguntando, onde fica tal local. Manda a etiqueta que antes se pergunte se esta tudo bem com o mano ia e depois se ele pode prestar a informação. So depois da afirmativa, então se faz a pergunta. Ia. E como as pessoas são prestativas. Vêem de La do outro lado da rua e com a maior boa vontade, tentam ajudar.


Nessa sexta, infelizmente aconteceu um acidente com um carro nosso que simplesmente deu perda total ( o carro tinha uma semana de uso e menos de 1.000 km rodados ). Ainda por cima não tinha seguro hunfff.

De positivo foi que o motorista que poderia ter se ferido de forma bem grave so teve escoriacoes. Foi hospitalizado em Ndalatando ( antiga Salazar ) e domingo removemo-lo para Luanda. Tive oportunidade de conhecer o funcionamento de um Hospital que fica no final da Ilha. Chama-se Sagrada Esperança e pertence a Codeama ( empresa de diamantes ).

Confesso que fiquei bem surpreendido com a eficiência, limpeza, qualidade e gentileza dos médicos e enfermeiras. Mesmo tratando-se de um hospital particular não e caro ( temos seguro saúde dos funcionários, mas a carteira fora perdida no acidente ).

Fiquei mais descansado. Disseram-me que existe um outro hospital que seria ainda melhor. Um tal de Multiperfil. Espero não ter que vir a conbhece-lo

Um abraço


Fernando Quelhas



Pensar e Falar Angola

Sem comentários: