domingo, 7 de novembro de 2010

apontamentos de F. Quelhas (5)

Ontem, amigos do Namibe gentilmente, me convidaram para jantar num restaurante que fica la no final da Ilha e que também tem musica ao vivo.

A primeira constatação foi que, tal qual acontece no Rio de Janeiro e, acredito, em inúmeras outras cidades, a quinta feira e reservada para os singles. A musica, apesar de ser de boa qualidade, era bastante alta para quem, como nos, se dispunha muito mais a conversar e, vá la, jantar. Assim, nada mais natural do que pedirmos para trocar de mesa ( originariamente localizada perto do palco ), por uma outra numa esplanada esplendida bem pertinho do mar, com as pequenas ondas arrebentando suavemente.

Logo logo, a memória nos prega partidas e eis me lembrando de um restaurante, meio “ pe sujo” que existia antigamente para os lados da praia do bispo que se chamava pezinhos na água e onde se comia um peixe grelhado delicioso.

Voltando ao nosso sofisticado restaurante Miami Beach (  também aqui . . os nomes americanos são sucesso.  ) deu para ficar observando a paquera correndo solta a volta do bar. Muita gente bonita e bem trajada, sendo que, algumas delas, ou muito me engano, ou não estavam ali apenas por diversão, mas sim, a trabalho. Diga-se, entretanto, que de forma bem discreta.

Gostei da caipirinha apesar de poder ter um pouquinho menos de açúcar. O chope geladinho, bem mais forte do que o que  normalmente se toma no Brasil caiu bem acompanhando os medalhões de garoupa com alcaparras, saboreados em boa companhia e com aquelas conversas recheadas de recordações “ dos velhos tempos”.  Parecia uma competição deliciosa da capacidade de memória, na qual eu, levo sempre a pior.

A certa altura,  quando ainda estávamos nos aperitivos,  um episodio interessante. Os meus amigos pedem que o garçom lhes traga a pimenta ( aqui chamam gindungo ). E não ‘e que desatam a colocar ‘as colheradas aquela pimenta vermelha no pão, como se fosse pasta de atum, ou manteiga e comiam com a maior naturalidade? Juro que só de olhar comecei a sentir tudo  ardendo. Eu que imaginava que os baianos eram chegados numa pimenta. Coisa nenhuma, se comparado com elas.


Como todos tínhamos que trabalhar hoje, saímos cedo, mais ou menos no momento em que o ambiente começava a se animar e . .  quase fomos fotografados pela turma da Revista Caras ( talvez aqui tenha outro nome ). Na volta, não pude deixar de sorrir e comentar que: O tempo passa,  o tempo  voa, mas. . . . tudo continua, .  numa boa,  etc. etc..

E que tal como acontecia nos idos dos anos 70 também agora,  na orla da ilha la estavam aqueles carros enfileirados, virados para o lado do Mussulo, assistindo, acho eu, a emocionantes corridas de submarinos.

Um abraço Fernando Quelhas


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