E boa, acrescento. Por mais que esta afirmação seja óbvia, ainda existem muitas pessoas que ignoram a produção literária do continente africano. Muita gente ainda acredita que África é apenas safáris, tribos exóticas, aventuras no deserto e recordações do passado. Assim num mero acaso me veio parar às mãos "Angola e Moçambique – Experiência Colonial e Territórios Literários", da professora Rita Chaves.
O livro é uma resenha de ensaios e artigos que retratam a literatura de Angola e Moçambique.
Do passado colonial português e com uma história marcada profundamente por mandos e desmandos da metrópole européia, Angola e Moçambique criaram autores que procuraram a construção, aparentemente utópica, de uma identidade nacional.
Com uma linguagem clara e direta, sem apoiar-se na estrutura hermética comum em muitos textos acadêmicos, a professora Rita Chaves faz, por exemplo, uma leitura brilhante da obra de Pepetela, o escritor mais famoso e premiado do país. A autora traz também uma entrevista com José Craveirinha, poeta (e aparentemente fanático de futebol) que lutou pela independência de Moçambique.
Rita Chaves é professora de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa na Universidade de São Paulo, Brasil. Entre outros títulos, publicou A Formação do Romance Angolano.
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