domingo, 5 de dezembro de 2010

Realizador recusa prémio de melhor documentário

Realizador português rejeita prémio do Festival Internacional de Cinema de Luanda
Fotografia: DR
O realizador português Jorge António recusou o prémio do júri do Festival Internacional de Cinema de Luanda atribuído ao seu documentário “O Lendário Tio Liceu e os Ngola Ritmos”. 
Numa nota de imprensa enviada, esta semana, aos órgãos de comunicação social, Jorge António afirmou: “não poderei aceitar tal distinção”.
Segundo explicações do realizador, não aceitou o prémio porque, embora a temática do documentário seja angolana, “como acontece na generalidade dos meus trabalhos cinematográficos”, não o são nem a sua produção nem o realizador.
Acrescentou que a sua atitude vai evitar eventuais equívocos, “o que permitirá que eu continue a trabalhar sem constrangimentos na área do cinema, quer em Angola, quer no meu país de origem”, lê-se na nota de imprensa.
“Gostaria que o prémio pecuniário fosse entregue a uma instituição de jovens carenciados e desejo que o FIC-Luanda, que ajudei a criar, se torne uma referência cultural nacional e internacional para a cidade de Luanda”. 
O realizador agradeceu à direcção do Festival Internacional de Cinema de Luanda (FIC-Luanda) e ao júri da terceira edição, por lhe terem concedido o prémio de melhor documentário na categoria dos filmes angolanos. 
Em declarações ao Jornal de Angola, disse que o filme foi enquadrado na competição nacional por causa da sua temática, e que a nota de imprensa reflecte apenas uma posição que acha necessária, para que não existam más interpretações ou mal entendidos.
Autor da primeira co-produção luso-angolana intitulada “O Miradouro da Lua” (1993), o realizador informou estar decidido em continuar a trabalhar. Natural de Lisboa, começou a actividade cinematográfica durante os estudos secundários, num cine clube, tendo realizado dezenas de filmes amadores em suporte 8mm e Super 8. Em 1985, ingressa na Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa, cujo curso termina em 1988, especializando-se na área de Produção. Em 1991, inicia-se na realização de cinema com a curta-metragem “O Funeral”. É também, desde 1995, o produtor executivo da Companhia de Dança Contemporânea de Angola, da coreógrafa e investigadora Ana Clara Guerra Marques.
Com 13 filmes realizados, entre documentários e ficção, é, ainda, autor do filmes “Angola, Histórias da música popular” (2005), “Kuduro, Fogo no Museke” (2007),”O Lendário “Tio Liceu” e os Ngola Ritmos”(2010)




 in Jornal de Angola
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