sábado, 18 de dezembro de 2010

Luciano António apresenta obra "O Sonho de Kaúia"


O jornalista Luciano António apresentou e autografou nontem, em Luanda, a sua primeira obra literária intitulada "O Sonho de Kaúia", que denuncia e crítica práticas que se tornaram preceito na sociedade angolana.
 
Em breves palavras e sem querer deturpar "a exposição sintética do conteúdo", o mestre em Literatura Africana, Manuel Muanza, disse que a obra de Soberano Canhanga, pseudónimo do escritor, projecta uma abordagem objectiva da realidade.
 
A mesma, salientou, merece uma melhor investigação para se confirmar ou não se se trata de uma narrativa autobiográfica.
 
"Parece haver similitudes entre os traços do protagonista Kaúia (...) e o autor", analisou, acrescentando que "a escolha feita pelo principal actor, ao prometer que seria jornalista quando adulto evidência a suspeita de auto biografia".
 
Segundo Manuel Muanza, sem seguir a ordem da história, o texto mostra ser um instrumento de denúncias social e de crítica a práticas que se tornaram preceito na sociedade angolana, isto é, a invasão do campo para cidade.
 
"Kaúia jura voltar à aldeia após a sua formação que não aconteceu, o nosso Canhanga queria ser agrónomo para lhe dar com o universo similar ao do campo, não fez", apontou.
 
Salientou que os problemas do quotidiano narrado no texto lembram a estética realista do século XIX (beleza que tinha substituído o rei do romance por personagens do quotidiano), a qual transforma a linguagem culta do romantismo em fala formal.
 
Por sua vez, Luciano António disse que a prosa tem uma tripla influência, pelo que, nasce no período em que se proclama a Independência do país, em que vive (Kwanza Sul) a guerra e o seu impactos e do dia-a-dia em que se vê na Capital do país.
 
"O Sonho De Kaúia tem alguns indícios de história e comportamento social da Luanda actual", frisou.
 
De acordo com jornalista, com esta obra pretende dar a conhecer muita realidade que ocorreu e que poucos conhecem e despertar para aquilo que se vive actualmente.
 
Editada pela Mayamba, a obra conta com uma tiragem de mil exemplares.





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