quarta-feira, 22 de setembro de 2010

DTA - TAAG

DTA - TAAG

· Fotos de DTA - TAAG · Perfil de DTA - TAAG


1º Acidente Grave da DTA
Acidente do Dakota CR-LBK “Silva Porto” a 18 de Julho de 1950, tendo nele perdido a vida todos os seus 12 ocupantes.A tripulação era constituída pelo Comandante Fernando Casanova Pinto, radiotelegrafista Eduardo Teixeira Padrão e Mecânico Francisco Serra Cordeiro.
O avião havia saído de Nova Lisboa pelas 10:00 da manhã com destino ao Lobito num voo com a duração estimada de 50 minutos. Durante a aproximação ao destino e em condições de fraca visibilidade, o avião embateu num morro denominado “Bulobulo” ou “Lucinga”, a 40 km da estrada do centro de “Bocoio” a 1419 metros de altitude.

FUNDAÇÃO DA DTA E DA DTA-TAAG

Meio de transporte:

DTA - Divisão de Exploração dos Transportes Aéreos de Angola

Corria o ano de 1937 quando o Major Joaquim de Almeida Baltazar foi encarregue pelo então Ministro das Colónias Vieira Machado de formar a primeira companhia de transportes aéreos em Angola. Foi ele o verdadeiro criador desta empresa. Chegou a Angola a pedido do então Governador-Geral General Lopes Mateus com a finalidade de formar os novos pilotos do recém-formado Aero Clube de Angola. A sua primeira missão nestas terras africanas foi levar o primeiro avião deste Aero Clube de Leopoldeville a Luanda, em parceria com o piloto Fernando Albuquerque Bossa, outro dos primeiros pilotos da futura DTA. Divisão de Exploração dos Transportes Aéreos de Angola (DTA), assim se chamou a companhia criada a 8 de Setembro de 1938, pela Portaria nº 11, do Boletim Oficial nº 36, 1ª série de 8 de Setembro do mesmo ano, que de uma forma semelhante ao já passado em Moçambique, funcionou na dependência da Administração da Direcção dos Serviços de Portos, Caminhos de Ferro e Transportes de Angola. O Ministro das Colónias de então autorizou a compra de três DH-89 Dragon Rapide e dois Junkers JU-52/3m, tendo a compra destes últimos sido cancelada devido à eclosão da segunda guerra mundial. Em meados de 1939 três jovens pilotos de Angola rumaram a Hatfield (Inglaterra) onde na fábrica da De Havilland frequentaram o curso de conversão dos Dragon Rapide recém adquiridos. Eram eles Reinaldo de Barros (piloto), Francisco Branco (piloto/operador de rádio) e Pedro Gomes (piloto/mecânico), todos ex-pilotos do Aero Clube de Angola. Até à chegada dos Dragon Rapide encomendados, utilizou a DTA aviões pertencentes ao Aeroclube de Angola para iniciar os seus voos, incluindo um DH-85 Leopard Moth, que mais tarde acabou por adquirir, perdendo-o posteriormente num um acidente junto ao antigo aeroporto Emílio de Carvalho de Luanda, entretanto desaparecido. Os voos domésticos regulares iniciaram-se a 7 de Julho de 1940, utilizando os três Dragon entretanto recebidos, bem como um mono motor Klemm K1.31A. O Major Baltazar foi durante dois anos o primeiro Director Geral da DTA, sucedendo-lhe outra figura importante nos anais da aviação em Angola, o Coronel Jacinto da Silva Medina.Ponta Negra na República do Congo (então África Equatorial Francesa), foi o primeiro e único destino além fronteiras durante muitos anos, pois permitia a ligação com os voos para a Europa através da Aeromaritime francesa. Durante a 2ª guerra, a operacionalidade da companhia foi seriamente afectada devido à dificuldade em obter peças sobressalentes, tendo em 1944 sido adquiridos dois Stinson Reliants no Congo Belga para os percursos ao longo da costa de Angola, embora tenham durado pouco por dificuldades em mantê-los operacionais. Igualmente em 1945 foi necessário recorrer ao material disponível na época, tendo ingressado na frota um Beechcraft UC 43 Traveler e dois Fairchild PT-26A Cornell, fundamentalmente usados para treino de tripulações. Em 1946, terminada a guerra, foi o ano da grande expansão em termos de frota e abertura de novas rotas. Era seu Director o Comandante Uva Cansado. Três Douglas DC-3’s foram adquiridos, dos excedentes da guerra americanos e convertidos no Canadá, bem como um conjunto de cinco Beechcraft D-18S novos.No fim de 1946, possuía a DTA três Dakotas, quatro Beech D-18S, um Beech UC-43, três Dragon Rapides , dois Stinson Reliants, dois Fairchild PT-26A , um Klemm e um DH-85 Leopard Moth. Demonstração da pujança e crescimento rápido da aviação comercial nesta colónia ultramarina. Três Dakotas foram entretanto adquiridos em 1948, dois deles provenientes da CTA (Companhia de Transportes Aéreos) em extinção. A 6 de Julho de 1950 o primeiro acidente grave desta companhia com a perda do Dakota “CR-LBK” que se despenhou num voo entre o Lobito e Nova Lisboa, tendo morrido todos os seus ocupantes. De Julho de 1950 a 1954, a DTA assegurou o prolongamento do voo da TAP de Luanda a Lourenço Marques. Em Outubro de 1953 adere à IATA - Associação Internacional de Transporte Aéreo, recebe mais dois Dakotas que pertenciam a uma empresa canadiana e em finais de 1960 foram finalmente retirados do serviço os Dragon Rapide com 20 anos de excelentes serviços prestados. De entre os muitos voos que realizaram ficou célebre aquele que ligava Moçamedes à Baía dos Tigres, onde neste último destino (uma ilha na foz do rio Cunene junto à fronteira com a Namíbia) a rua principal servia de pista, a igreja de terminal de passageiros e por vezes o seu adro de hangar de refúgio ao próprio avião, para protecção contra as areias trazidas pelo vento forte de sudoeste (a garoa).Em Junho de 1961 entrou a DTA numa nova era com a encomenda de dois Fokker F-27 MK-200 Friendship que chegaram em 1962. Vinte pilotos pertenciam aos quadros da empresa nesta altura, sendo seu Director de Operações o Cte Eduardo Viegas de Almeida e piloto chefe o Cte. Fernando Casanova Pinto.Um terceiro F-27 foi recebido em 1967, o quarto em 1970, o quinto em 1971 e o sexto e sétimo em 1972. No dia 21 de Maio de 1972 perdeu a companhia o seu primeiro F-27 “CR-LLD”, num acidente à descolagem do Lobito, tendo o avião caído ao mar morrendo 20 das 23 pessoas que seguiam a bordo. Um dos únicos sobreviventes deste acidente, o copiloto Mesquita acabou por perder a vida em 1999 no acidente do ATP da SATA na ilha de S.Jorge. Em Outubro de 1973 foi a DTA reorganizada e passou a designar-se TAAG (Transportes Aéreos de Angola), nome que ainda hoje mantém, sendo o seu capital então dividido pelo governo de Angola (51%), TAP (29%) e trabalhadores (20%). Um novo logótipo foi criado e nova pintura para toda a sua frota.1974 foi o ano em que dois Boeing 737-200 foram encomendados à Boeing Aircraft Company, tendo os aviões sido recebidos durante o ano de 1975, já depois da independência de Angola. Foi-lhes atribuído as matrículas CR-LOR e CR-LOS que não chegaram a ostentar.Mantendo o mesmo nome e curiosamente o mesmo símbolo (a Palanca), deu esta empresa origem à actual TAAG – Angola Airlines após 1975, ano da independência deste território ultramarino Português.

José Vilhena

Pilotos - Os primeiros pilotos da DTA em Hatfield (UK) quando efectuavam o curso dos Dragon Rapide (1939).

O FUNDADOR DA DTA

O Major Joaquim de Almeida Baltazaro Fundador da DTA
Chegou a Angola em 1937 a pedido do então Governador-geral, General Lopes Mateus, com a finalidade de formar os novos pilotos do recém-formado Aero Clube de Angola. Capitão da então Aviação Miltar, antecessora da actual Força Aérea, iniciou a sua carreira militar na arma de artilharia.
A sua primeira missão nestas terras africanas foi levar o primeiro avião deste Aero Clube, um DeHavilland Tiger Moth, de Leopoldeville a Luanda em parceria com o piloto Fernando Albuquerque Bossa, outro dos primeiros pilotos da futura DTA. Em 1938, aquando da visita do Presidente da Republica Portuguesa Marechal António Óscar de Fragoso Carmona a Angola, o capitão Joaquim de Almeida Baltazar liderou uma formação de oito aviões que escoltaram o navio Presidencial até ao porto de Cabinda.
O Marechal Carmona convidou estes pilotos a bordo do navio, onde o Ministro das Colónias vieira Machado solicitou ao capitão Baltazar que organizasse os serviços de transportes aéreos na província. Assim nasceu a DTA em Setembro de 1938, que de uma forma semelhante ao já passado em Moçambique, funcionou na dependência da Administração da Direcção dos Serviços de Portos, Caminhos de Ferro e Transportes de Angola. Foi de imediato autorizada a compra de três DeHavilland Dragon Rapide em Inglaterra e dois Junkers JU52 à Alemanha.
Contudo o eclodir da Segunda Grande Guerra não permitiu que estes dois últimos aviões fossem entregues.
O Major Baltazar foi Director da DTA de 1938 a 1940, tendo regressado à companhia de 1944 a 1946. Mais tarde exerceu o cargo de inspector da Móbil para a área dos combustíveis de aviação, tendo-se reformado em 1961.

Cte Eduardo Viegas Ferreira de Almeida
Piloto Chefe e posteriormente Dirctor de Operações de Voo da DTA.

Cte. Fernando Casanova Pinto
Piloto Chefe da DTA.

O Klemm K1.31A-14 "CR-LAS", um dos primeiros aviões da DTA.

Um velho DH-89 Dradon Rapide da DTA no velho aeroporto de Luanda em 1939.

Um DH-89 Dragon Rapide da DTA.

O DH-89 Dragon Rapide "CR-LBO" da DTA numa pista do interior de Angola.

Um dos dois Fairchild PT-26A Cornell da DTA.

Fokker F-27 "Friendship" da DTA-TAAG

Os Fokker F-27 "Friendhip" da DTA - TAAG.

Primeiro voo do Fokker Friendship a Windhoek

DTA - TAAG As Rotas da DTA em 1952 e 1969.

DTA - TAAG As Rotas da DTA em 1952 e 1969.

DTA - TAAG Coronel Jacinto da Silva Medina
Segundo Director da DTA.

Fotos de DTA - TAAG - Jacinto Medina

Fotos de DTA - TAAG - TAAG- a frota da Taag no aeroporto de Luanda em 1973

A Frota da DTA no Aeroporto de Luanda em 1947.






Esta peça foi retirada, com as devidas autorizações, dos sites Voa Portugal e Asas do Império. Um grande BEM HAJA a estes sites.

Pensar e Falar Angola

6 comentários:

Anónimo disse...

Bom material
gostaria de saber se o sr(a) nao tem mais nenhum material que fale sobre a TAAg antiga DTA .to fazendo um trabalho da faucudade e preciso de mais informacoes .
obrigado !! abracos

Anónimo disse...

Este material é todo ripado do Voa Portugal e do Asas do Império, site da mesma organização.

Bem que o designio do Voa Portugal é dar a conhecer a história da aviação Portuguesa, mas copiar na integra o trabalho alheio e só num dos textos de Autor por a fonte, não aparecendo em mais algum local nenhuma menção em grande destaque, é no mínimo de duvidosa civilidade e respeito pelo trabalho alheio, um esvaziar de conteúdo sem preocupação alguma.

Ainda por cima, termina declarando-se que a peça é recebida por email e o original é "aparentemente" do Facebook.

Sr. Jotacê Carranca, faça o favor de pedir a devida autorização ao voaportugal.org e ao asasdoimpério.com para o direito de utilização dos seus materiais e trabalhos, que custaram muito esforço, dedicação e pedidos de autorizações necessárias aos donos originais de alguns dos materiais.

Luis Pereira

João Carlos Carranca disse...

Caro Anónimo Luis Pereira:
como deve ter reparado, no fim do texto está esta frase: peça recebida por e-mail - original aparentemente no FaceBook. É-me difícil assim saber de onde veio o quê e pedir autorização a quem.
As minhas sinceras desculpas de não ter todas as fontes e não saber sempre de onde vêm as coisas. Mas aqui ninguém ripa nem fica com créditos de ninguém, uma vez que este é um blog que quer informar. Obrigado pela sua achega e bem hajam os dois sites que referiu.

JOTADÊ disse...

O F-27 que caiu no Lobito foi na fase de aterragem e não como é referido no texto. Tenho uma revista "Notícia" com fotos da recuperação dos destroços que vieram numa rede de pesca.

Fernando Pestana disse...

Boa tarde
A título informativo registrar que o accidente do Fokker 27 do Lobito nao Foi á descolagem mas siim durante a aproximação com nevoeiro em que faleceu toda a tripulação eg Sr Cmdt Hamilton som excepção do Co-piloto ALCINO MESQUITA
meus respeitosos cmpts
Fernando Pestana
Ex DTA

Jorge Manuel disse...

Só me resta agradecer ao meu grande amigo e ex colega Luís Santos pelo envio destas nmatérias. Há muito que, conquanto continue a residir em Angola, sendo também um ex-DTA e um ex- Director Geral Adjunto Comercial e cumulativamente ex-DGA Técnico e também DG nas ausências do então DG José A. Fernandes de quem fui sempre 1° Substituto, devo dizer que o Luís é a pessoa com quem mantenho contacto regular. É claro que nantenho contactos com muitos já reformados.
Lamento outrossim este hiato de anos quiçá porque se perdeu o espírito DTA/TAAG. MCPTS
JORGE RODRIGUES (924 674729)